Através de células de combustível microbianas, os tijolos decompõem resíduos orgânicos para produzir energia. Estas células são condutoras de energia e já foram usadas, por exemplo, para criar energia elétrica a partir de urina, insetos ou lama. O lado “inteligente”, contudo, está na sua sensibilidade ao ambiente.
Andrew Adamatzky, responsável pelo projeto e líder da equipa de investigadores, diz que “no futuro estas paredes biorreatoras serão capazes de receber estímulos exteriores como água poluída, dióxido de carbono, luz solar, algas, bactérias ou nutrientes, e transformá-los em água potável, oxigénio, eletricidade, calor, detergentes biodegradáveis e biomassas”.
A investigação está integrada num projeto europeu (LIAR – Living Architecture), liderado pela Universidade de Newcastle. O projeto LIAR combina arquitetura, engenharia e computação para resolver problemas de sustentabilidade.
Atentos ao ambiente em redor
Os tijolos são capazes de se adaptarem a mudanças no ambiente onde estão inseridos, reconhecer os ocupantes de um edifício e, até, de monitorizar ou modificar o ar do edifício.
“Esta e outras tecnologias que estamos a desenvolver têm como objetivo transformar os lugares onde vivemos e trabalhamos em lugares onde coexistimos com o edifício”, acrescenta. Um edifício composto só deste material seria, nas palavras do investigador, como um “processador gigante de um computador fantástico”.
Os tijolos em si são feitos de biorreatores – aparelho, recipiente ou sistema usado para desenvolver processos biológicos – preenchidos com algas e células microbióticas.