Atkinson não nega a estranheza que pode ter representado a escolha de Guimarães para Capital Europeia da Cultura 2012, sobretudo para aqueles que têm “dificuldade em pronunciar” o nome da cidade. Guimarães é, para grande parte dos europeus, “um enigma”, sem “voos diretos da Grã-Bretanha” e sem uma rota turística bem delineada como, por exemplo, a do Vale do Douro.
O jornalista confessa que, assim que chegou à cidade minhota, reconheceu o valor da arquitetura classificada património da UNESCO, que o fez recordar cidades como “York ou Durham” mas que dificilmente evidencia um lugar de confluência cultural.
No entanto, depois de uma noite passada na Praça da Oliveira, David Atkinson diz ter aprendido a apreciar os segredos locais. “Descobri que a melhor forma de absorver a cultura local é simplesmente vaguear pelas passagens antigas sob o sol da primavera precoce”, salienta o correspondente do The Telegraph, que se mostra particularmente encantado com a mistura cultural entre influências antigas e contemporâneas.
“Um mundo deliciosamente discreto de cultura”
Mesmo o programa da Capital Europeia da Cultura reflete, de acordo com Atkinson, este ambiente que tem algo de “alternativo”, ao preferir projetos que ainda não estão completamente estabelecidos e dando uma “forte ênfase ao trabalho de artistas locais”, em vez de privilegiar nomes sonantes.
No artigo é citado Carlos Martins, CEO da Capital Europeia da Cultura, quando diz que a estratégia consiste em “ser relevante no presente e oferecer um impacto futuro”, afirmando ainda que Guimarães está a “levantar questões sobre o que é a cultura europeia no momento”.
O jornalista britânico parece estar, neste ponto, de acordo com Carlos Martins. No último dia da sua estadia aventurou-se pela primeira vez a descobrir o que havia “por trás das fachadas”, e entrou na “pequena porta” de um bar “confortável” pertencente à associação cultural que organiza o festival internacional de Jazz em Guimarães.
Se na primeira sala um grupo de homens mais velhos se sentava ao redor da televisão, da sala seguinte chegava a contrastante banda sonora composta por um “jazz porreiro” e pela “tagarelice de jovens estudantes de arte”.
“Típico de Guimarães”, garante o jornalista. “Aventure-se por portas fechadas e encontra um mundo deliciosamente discreto de cultura à espera de ser explorado”, afirma.
David Atkinson deixa ainda algumas sugestões práticas para uma visita à cidade, tais como as melhores formas de chegar a Guimarães e locais onde comer e onde dormir.
O artigo do The Telegraph pode ser lido, na íntegra, AQUI.