Os cientistas conseguiram, pela primeira vez, chegar a uma estimativa precisa e rigorosa do número de espécies do planeta Terra. A descoberta foi liderada pelo ecologista Camilo Mora da University of Hawaii.
No texto do estudo, o investigador salienta que, se um extraterrestre visitasse o nosso planeta, a primeira pergunta que faria seria esta: “Quantas formas de vida – ou espécies – diferentes tem o vosso planeta?’’. Pergunta à qual, até agora, não saberíamos responder.
Ou seja, uma das características mais importantes da vida é a sua diversidade, explica Camilo Mora, sublinhando que, apesar, disso em 250 anos os cientistas não conseguiram chegar a uma estimativa real relativamente ao número de espécies do planeta.
“É a primeira vez que conseguimos desenvolver um método que fornece um número e o número a que chegámos foi de 8.7 milhões de espécies. É um valor preciso e rigoroso porque temos forma de o validar”, sublinha o investigador.
Anteriormente, as estimativas dos cientistas apontavam para valores tão díspares como três milhões ou 100 milhões de espécies, acrescenta Camilo Mora.
Novo método
Mora e os seus colegas elaboraram a estimativa com base num padrão do número de grupos existentes na taxonomia, disciplina responsável pela classificação de organismos vivos.
Ou seja, avaliaram como as formas de vida podem distinguir-se na hierarquia piramidal das espécies, encontrando relações numéricas constantes e compartilhadas por todos os organismos.
Assim, foram obtidas as seguintes estimativas detalhadas:
– 7,77 milhões de espécies animais (953.434 das quais catalogadas)
– 298.000 espécies de plantas (215.644 catalogadas)
– 611.000 espécies de fungo (43.271 catalogadas)
– 36.400 espécies de protozoários (8.118 catalogados)
– 27.500 espécies do reino Chromista, de que fazem parte alguns parasitas e algas (13.033 catalogadas)
Saber quantas espécies existem no mundo é importante porque a ação humana está a acelerar o ritmo das extinções. Este levantamento pode evitar que as espécies desapareçam sem serem catalogadas e promover estratégias de conservação.
O estudo avisa, no entanto, que a descrição e catalogação de todas as espécies por identificar – mesmo com o novo método – deveriam exigir 1.200 anos de trabalho. Contudo, o estudo aponta também a importância de novas técnicas, como o DNA Barcoding, que tornam todos estes processos mais céleres.
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