O novo estudo, publicado na edição de agosto da revista científica Nature, revela que o vírus vaccinia, conhecido como JX-594, consegue atacar as células cancerígenas com efeitos secundários mínimos e que duram pouco tempo.
“Com a quimioterapia existem efeitos secundários drásticos”, disse John Bell, cientista principal da Jennerex (empresa de biotecnologia que também apoiou a investigação) e do Instituto de Investigação do Hospital de Otava.
“Com este tratamento, os doentes só tinham sintomas [equivalentes] ao da gripe durante 24 horas, e mais nada depois disso”, acrescentou, citado pela agência Reuters.
Esta primeira fase do teste envolveu 23 indivíduos com cancros em estado avançado e espalhado por várias partes do corpo. Sete dos oito pacientes que receberam – via intravenosa – a dose mais alta do vírus não registaram qualquer dano nas células saudáveis, tendo os tumores estabilizado ou diminuído.
Outros seis pacientes que receberam doses mais pequenas do vírus também registaram uma regressão no crescimento do cancro.
A próxima fase do estudo – que será crucial para confirmar a eficácia da nova terapia – vai incluir 120 doentes com cancro de fígado primário, conhecido como carcinoma hepatocelular.
O JX-594 é derivado de uma estirpe de vírus que antes era muito utilizada para vacinar as crianças contra a varíola, uma doença erradicada há décadas. “Sabemos que [o vírus] é bastante seguro”, sublinhou Bell.
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[Notícia sugerida por Elsa Martins, Ana Carvalho e Fátima Leão]