A primeira fase da investigação, realizada em vários institutos científicos dos Estados Unidos como o Weill Cornell Medical College (Nova Iorque), consistiu em desenvolver um vírus que “infetasse” as células do cérebro com um gene (NLX-P101) que incrementa a produção de GABA. Este é um composto químico cujos níveis costumam ser inferiores ao normal em doentes de Parkinson.
Do total de 45 pacientes que participaram no estudo, 22 receberam o gene NLX-P101 – desses, 23,1% apresentaram melhorias nas suas funções motoras. Os restantes voluntários, a quem foram administrados placebos, também registaram resultados positivos: 12,7% tiveram uma evolução clínica favorável.
“Este é um enorme avanço no desenvolvimento de uma terapia genética que pode ser aplicada a uma ampla variedade de doenças neurológicas”, frisa Michael Kaplitt, coordenador do estudo, citado pela BBC.
De acordo com o médico, os pacientes começaram a sentir melhorias no seu estado clínico logo após o primeiro mês, o que se prolongou durante o decorrer do estudo, que durou seis meses.
A comunidade científica aplaudiu o estudo, que já foi publicado na revista The Lancet Neurology, mas ressalva que mais investigações devem ser realizadas.
“Este estudo mostra que a terapia genética é promissora no tratamento de transtornos neurológicos como a doença de Parkinson, mas desconhece-se ainda a duração dos seus benefícios e se a introdução de um vírus no cérebro poderá causar complicações a longo prazo”, refere Michelle Gardner, da organização Parkinson UK.