Uma equipa de engenheiros portugueses encontra-se a desenvolver uma tecnologia que poderá prever tsunamis com elevada precisão, ao ser capaz de fazer previsões minuciosas através da medição da superfície da água.
Uma equipa de engenheiros portugueses encontra-se a desenvolver uma tecnologia que poderá prever tsunamis com elevada precisão. Trata-se de um receptor de GPS/Galileo capaz de fazer previsões minuciosas através da medição da superfície da água.
Neste sentido estão, atualmente, a decorrer dois projetos: um interno, o Sargo, co-financiado pelo Quadro de Referência Estratégia Nacional (QREN) e acompanhado pelo Instituto Hidrográfico e Instituto Superior Técnico, e um europeu, o E-GEM, que inclui nove parceiros e que está a trabalhar na criação “de um instrumento que deteta os sinais de GPS refletidos na água e o futuro equivalente, que é o Galileu”.
Em declarações à Lusa, Nuno Catarino, um dos investigadores envolvidos no projeto, explicou que, com recurso a cálculos geométricos, a nova tecnologia, denominada refletometria, tem como aplicação possível a determinação da altura e da frequência das ondas.
“Basicamente, é uma técnica nova que utiliza os sinais de GNSS ou de GPS/Galileo como fonte, em vez de usar, por exemplo, o solo. As aplicações serão tantas quanto em observação normal da terra, ao caraterizar a superfície que reflete”, resumiu o coordenador.
Segundo Nuno Catarino, um dos parceiros europeus do E-GEM está a dedicar-se especificamente ao estudo dos tsunamis com recurso a esta tecnologia. “Detetando as diferenças na superfície do mar, em alto mar, consegue-se prever, teoricamente, se poderá haver um tsunami ou não”, esclareceu.
Além disso, a tecnologia é especialmente vantajosa porque não necessita de manutenções periódicas nem exige condições óptimas de funcionamento (como acontece, por exemplo, com as bóias marítimas).
Nos últimos meses foram já feitos testes no topo do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e os resultados de altimetria são esperados para Março ou Abril.
O projecto europeu, liderado pelos portugueses e no valor de 2,8 milhões de euros, dura três anos, no final dos quais a equipa da DEIMOS Engenharia espera ter um instrumento que poderá ser instalado em qualquer albufeira, ou costa.
Notícia sugerida por David Ferreira