por redação
São sensores eletrónicos mais pequenos que a palma da mão, podem ser programados para monitorizarem tudo e mais alguma coisa e a taxa de transmissão de dados já atingiu o gigabit por segundo. Tudo isto sem utilizarem pilhas ou baterias. Desenvolvidos no Instituto de Telecomunicações (IT) da Universidade de Aveiro (UA), o segredo dos sensores sem bateria, que nasceram para revolucionar a Internet das Coisas, está no aproveitamento das ondas de rádio, uma fonte de energia inesgotável e presente até os confins do Universo. Tanto assim é que a Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) quer esta tecnologia a bordo das naves.
O objetivo é ligar, através de sensores eletrodomésticos, meios de transporte, roupa e tudo o resto que a imaginação permitir. Estima-se que a quantidade destes sensores seja de 30 mil milhões em 2020. Um número que significa, pelo menos, outro tanto em pilhas e baterias com tudo o que isso representa em gastos energéticos, em poluição ambiental e na limitação de se embutir os sensores nos objetos para que a troca de baterias possa ser feita regularmente.
“Desenvolvemos um sensor que usa uma frequência de rádio para a transferência de dados e outra frequência para a receção de energia que é emitida por transmissores”, explica Ricardo Correia, investigador do IT. E os resultados até hoje alcançados são de tal forma promissores que o trabalho de Ricardo Correia resultou já numa parceria entre o IT e a JAXA. A agência quer mesmo utilizar esta tecnologia da UA para se ver livre das centenas de quilos de cabos de transmissão de dados que existem dentro das naves espaciais e, com isso, economizar peso para outras cargas úteis.
“A tecnologia desenvolvida”, aponta Ricardo Correia, “apresenta bastantes vantagens quando comparada com um sensor que utilize a tecnologia de Bluetooth”.