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Tecnologia lusa promete revolucionar dinheiro virtual

Há uma jovem empresa de Braga que está a dar cartas na área das soluções informáticas. A Seegno está a desenvolver, para um cliente norte-americano, um sistema que promete revolucionar os pagamentos online.
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Há uma jovem empresa de Braga que está a dar cartas na área das soluções informáticas. A Seegno está a desenvolver, para um cliente norte-americano, um sistema que promete revolucionar os pagamentos online e criou também uma aplicação que está a ser usada em 90 hospitais dos EUA. 

por Patrícia Maia
 
Foi Halsey Minor, o fundador da prestigiada revista online CNET, que recrutou os serviços da Seegno para concretizar a ideia da plataforma Bitreserve, cujo objetivo é tornar a utilização de dinheiro digital mais barata e simples, através do protocolo Bitcoin. Halsey Minor decidiu apostar na equipa da Seegno depois de conhecer outros projetos desenvolvidos pela empresa de Braga.

A Bitcoin é uma moeda virtual, lançada em 2008, cuja criação e transferência é baseada em protocolos de criptografia independentes de qualquer autoridade central. Ao “eliminar intermediários, este protocolo protege os consumidores da especulação financeira”, explica Jorge Pereira, engenheiro informático e um dos fundadores da Seegno, ao Boas Notícias. Contudo, para se tornar eficiente, este sistema terá de ser ampliado a mais utilizadores e entidades comerciais. É esse um dos objetivos da Bitreserve. 

Neste momento, diz Jorge Pereira, já há várias empresas, sobretudo nos Estados Unidos (EUA), que aceitam a Bitcoin, como por exemplo a loja online Amazon (mas apenas em alguns produtos). Também em Portugal o sistema tem vindo a conquistar espaço, com eventos como o Boom Festival a aceitar a moeda virtual.
 

Jorge Pereira sublinha que os sistemas de transações online, como o Paypal, penalizam os utilizadores ao cobrar elevadas taxas pela utilização dos seus serviços e também pela conversão de moeda, por exemplo de dólares para euros. 

“O Paypal cobra cerca de 3.4% + 30 cêntimos por cada transação ao passo que o Bitreserve não cobra entre transações da mesma moeda, e apenas 0.5 % para conversões de moeda”, ou seja, “não representa praticamente qualquer custo para o utilizador”.
 
“Ao contrário dos outros sistemas, a Bitreserve não lucra com a utilização do serviço, fazendo apenas valer-se dos depósitos que recebe”, acrescenta o responsável, explicando que a fonte de sustentabilidade da Bitreserve será “relacionada com parcerias de utilização e aplicações 100% seguras dos valores depositados pelos utilizadores”.

Outra inovação deste serviço é o facto de fazer a conversão de Bitcoins para euros, dólares e outras cinco moedas, sem recorrer à volatilidade tradicionalmente associada às conversões.

Versão beta do Bitreserve já tem 3 mil utilizadores
 
O sistema Bitreserve ainda está em versão beta mas já conta com mais de três mil utilizadores registados, sendo que empresa de Halsey Minor conta com escritórios em São Francisco, Charleston (ambos nos EUA) e Shangai (China) e em Braga, no espaço da Seegno.

O Bitreserve é o projeto mais promissor da Seegno, mas a jovem empresa de soluções informáticas criada por três ex-alunos da Universidade do Minho está a destacar-se noutras áreas e em vários países. 

Aplicação da Seegno em 90 hospitais dos EUA

A empresa ajudou, por exemplo, a desenvolver o VRI Direct, uma aplicação de videoconferência com traduções em tempo real que permite que cidadãos estrangeiros e deficientes auditivos consigam comunicar com os respetivos médicos, independentemente do seu idioma. 

“Esta aplicação está, neste momento, a ser usada por mais de 90 hospitais norte-americanos, em 19 estados diferentes”, revela Jorge Pereira, acrescentando que VRI Direct está agora a “expandir para a área de consultas online e conta já com um projeto-piloto de utilização em tribunais”. 

A empresa de Jorge Pereira, Tiago Ribeiro e Rui Marinho vai contratar novos colaboradores ainda este ano

Para o mercado alemão, a Seegno desenvolveu um sistema de filtragem cujo principal objetivo é proteger crianças e jovens no universo online. A solução permite aos pais e às escolas bloquearem conteúdos indesejáveis nos mais diversos formatos e limitarem a receção de correio eletrónico e mensagens privadas apenas a pessoas conhecidas, bem como estabelecer horários de utilização ou restringir o acesso a determinados locais.

 
Faturação de 600 mil euros em 2014
 
A empresa, com sede em Braga, foi fundada por Jorge Pereira, Tiago Ribeiro (ambos formados em Engenharia de Sistemas e Informática) e Rui Marinho (licenciado em Engenharia Biomédica), dedicando-se principalmente ao desenvolvimento e ao design de soluções de ‘software’.

A Seegno foi fundada em 2008 com um capital social de seis mil euros, constituído com “o dinheiro do mealheiro” dos então estudantes da Escola de Engenharia da UMinho. Para este ano a empresa prevê uma faturação superior a 600 mil euros.

A Seegno conta com a colaboração permanente de 15 funcionários, mas pretende expandir a equipa. As pessoas interessadas devem enviar o curriculum vitae para o jobs@seegno.com.

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