O robô MOnarCH circula pelos corredores da ala pediátrica do IPO e não deixa as crianças que por ali passam indiferentes. João Sequeira, coordenador do projeto, refere que desde meados de 2014 que se têm feito “vários ensaios para avaliar a forma como as crianças vêm o robô num cenário real.”
Por agora, o líder da investigação garante que “a resposta tem sido muito boa e tem permitido tirar lições importantes sobre a introdução de robôs em ambientes sociais”. As crianças, curiosas e entusiasmadas, interagem com este robô branco com 1.20 metros de altura e que tem olhos e boca expressivos.
A médica do IPO, Filomena Pereira, habituada a lidar com crianças, confessa que com a chegada do MOnarCH ao centro aumentou “a possibilidade da criança ser criança, uma vez que este 'gadget' tem a capacidade de reunir as crianças e promover a interação entre as mesmas”, contrariando o isolamento que, por vezes, estes meninos experimentam.
Três áreas de atuação
A equipa do Técnico quer aplicar o robô de três formas. A primeira consiste em tornar o MOnarCH um assistente na sala de aula do IPO, para as crianças internadas. A segunda, centra-se na capacidade que o robô tem em jogar com as crianças, promovendo jogos não competitivos. Por fim, a última função do MOnarCH será a de interagir com as crianças, nos corredores, enquanto elas brincam.
“O grande objetivo desde projeto é que as crianças o vejam como um companheiro de brincadeira”, salienta João Sequeira que começou este projeto no ano de 2013. Foi nesse ano que o investigador se propôs a construir um protótipo robótico para interagir num contexto real, com crianças e jovens hospitalizados, realizando atividades educativas e lúdicas.
Através da combinação de tecnologias já existentes, com um robô inovador e paradigmas avançados para representação de ambientes sociais, os investigadores esperam atingir um desempenho que demonstre objetivamente que os robôs sociais são uma mais valia no nosso quotidiano.
Prevê-se que, a partir de 31 de Janeiro de 2016 (data de finalização do projeto), o robô MOnarCH possa ser uma presença assídua, simpática e cooperante na enfermaria pediátrica do IPO de Lisboa, porque na realidade, “tudo o que é lúdico, é terapêutico”, refere a médica Filomena Pereira.