A TAP vai apoiar, em casos especiais, o transporte de corpos de militares, vítimas do Ultramar, cujas famílias pretendam que sejam trasladados. O anúncio foi feito pelo presidente da Liga dos Combatentes, em declarações à agência Lusa.
“É um acordo extraordinariamente importante dentro do nosso programa 'Conservação das Memórias'”, frisou o general Joaquim Chito Rodrigues à agência Lusa, em Pindo, Penalva do Castelo, no final das cerimónias fúnebres do soldado Cabral Ribeiro, falecido em Moçambique a 31 de dezembro de 1965.
O apoio da TAP será dado mediante solicitação da Liga dos Combatentes, “em casos especiais e pontuais, e reduz significativamente o preço das trasladações que vierem a ser consideradas em condições de ser apoiadas”, explicou.
A principal preocupação da Liga dos Combatentes é localizar, identificar, e dignificar esses mortos, ou seja, trasladá-los “da mata ou do capim para locais mais dignos nos países onde se encontram”.
O general contou que na Guiné “todos os militares saídos de Portugal já estão concentrados num cemitério digno em Bissau”.
Em Moçambique, decorrerá uma segunda missão na última quinzena deste mês, para fazer o reconhecimento no centro e sul do país dos locais onde se encontram inumados militares portugueses.
“Numa terceira missão pensamos fazer já algumas exumações”, avançou, explicando que o plano consiste em dignificar dois cemitérios, com o apoio das autoridades moçambicanas, e fazer dois ossários, um em Nampula e outro na Beira, “para concentrar os corpos que estão isolados no mato”.
A Liga já esteve também no Mindelo, em Cabo Verde, já tratou de cemitérios em S. Tomé e Príncipe e espera “em breve” iniciar um programa em Angola.