O "takeaway" solidário Cozinha com Alma vai receber esta segunda-feira o prémio Maria José Nogueira Pinto, que distingue o melhor projeto "socialmente responsável".
O “takeaway” solidário português Cozinha com Alma vai receber, esta segunda -feira, o prémio Maria José Nogueira Pinto, no valor de 10 mil euros. O galardão distingue o projeto que melhor corresponde ao conceito “socialmente responsável” na comunidade em que se insere.
A Associação Cozinha Solidária Refeições com Alma nasceu em Fevereiro de 2012, em Cascais, pelas mãos de Cristina de Botton e Joana Castella.
Trata-se de um negócio social que serve comida, em regime de “takeaway”, ao público em geral e às pessoas mais carenciadas, sendo que estas últimas pagam um preço simbólico pelas refeições.
De acordo com a Lusa, o projeto nasceu para dar resposta ao problema da “pobreza envergonhada”, apoiando famílias de classe média, com filhos menores, em situação de desemprego, sem apoio alimentar e sem rede familiar.
“É um negócio social que está aberto ao público geral, em que todo o lucro é aplicado numa bolsa social que vai apoiar famílias que estão a passar por graves dificuldades económicas”, refere Cristina de Botton.
Além do apoio alimentar, o projeto promove ainda ações de formação para ajudar as famílias a saírem da situação em que se encontram.
Para Cristina de Botton, a atribuição deste prémio é “muito importante” porque, além de ser um “reconhecimento do trabalho e do esforço” de uma equipa, permite duplicar a resposta social.
A Cozinha com Alma vai usar a verba do prémio para construi uma nova cozinha, o que permitirá servir 200 refeições diárias às famílias com dificuldades, o dobro do que acontece atualmente.
Em 2013, o CcA produziu 86 mil refeições, das quais 45 mil foram vendidas ao público geral e cujas receitas permitiram dar mais de 29 mil refeições às famílias carenciadas, que são apoiadas por um período de seis meses, renovável apenas uma vez.
Segundo a presidente do júri, Maria de Belém Roseira, a Cozinha com Alma “é uma forma muito criativa, muito inteligente e muito humana de olhar para estas pessoas”, que tinham “uma vida normal”, mas que ficaram em graves dificuldades económicas devido à crise.
A presidente do júri elogiou ainda o cartão de pagamento recarregável, que mantém o anonimato das famílias carenciadas, permitindo “uma relação de respeito entre as pessoas e de não-discriminação”.
O júri da 2.ª edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto distinguiu ainda com Menções Honrosas três projetos: “Verdes Campos”, da Associação Figueira Viva, “Terra Nostra capacitação com raízes”, da Caritas, e “R.U.A – Resolver, Unir e Apoiar”, do Grupo de Ação Social do Porto.
Notícia sugerida por Patrícia Guedes
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