Um quadro de Maria Helena Vieira da Silva alcançou o valor recorde de 1,5 milhões de euros num leilão organizado pela leiloeira Tajan. A obra da pintora de origem portuguesa – denominada “Saint-Fargeau” e datada de 1965 – foi vendida por 1.544.701 euros, um “recorde do mundo”, como destaca o site da Tajan.

Este é o valor mais alto de sempre pago por um quadro de um artista português. A leiloeira tinha estimado a venda da obra entre 800.000 e 1,2 milhões de euros, mas as expetativas acabaram por ser superadas.

Segundo a Tajan, o quadro de Vieira da Silva era a peça mais valiosa entre as 70 que foram postas à venda pelos herdeiros de Jorge Brito, considerado o mais importante colecionador português do final do século XX. A coleção incluía sobretudo porcelanas e quadros de artistas portugueses e estrangeiros, como Júlio Pomar e Sonia Delaunay.

Ao todo, estiveram em leilão 20 obras de Vieira da Silva. Embora nem todas tenham sido arrematadas, várias foram compradas após licitações de centenas de milhares de euros.

Sobre a artista

Maria Helena Vieira da Silva nasceu em Lisboa, em 1908. Desde cedo que despertou para a pintura, tendo ingressado na Academia de Belas-Artes com apenas 11 anos. Uma vez que também se interessava pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina de Lisboa.

A pintora mudou-se para França aos 20 anos e lá viveu grande parte da vida. A partir de 1948, o Estado francês começou a adquirir as suas obras e, poucos anos mais tarde, Vieira da Silva e o marido obtiveram nacionalidade francesa.

Em 1966, Maria Helena Vieira da Silva foi a primeira mulher o Grand Prix National des Arts.

Após a sua morte, em 1992, foi criada em Lisboa uma fundação para a homenagear a si e ao marido, o pintor húngaro Árpád Szenes. A Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva alberga um museu e um centro de documentação e investigação, tendo como propósito a divulgação e estudo da obra dos pintores em exposição permanente.

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