O cantor José Perdigão vai ser condecorado pelo governo provincial de Buenos Aires, na Argentina, com o título de 'Cidadão Honorário'. A primeira vez que esta distinção é atribuída a um artista português vai acontecer no próximo dia 21 de Março, depois de já ter reconhecido nomes como Lady Gaga, Roger Waters, Iron Maiden, Diego, El Cigala e Stevie Wonder.

O músico diz-se “honrado, tanto mais por vir de um país tão longínquo”. Para José Perdigão, este é o “reconhecimento de um trabalho, que também passa pelas músicas sul-americanas”.

O intérprete atuou em 2012 na Argentina, no âmbito da sua digressão de apresentação da edição espanhola do álbum 'Sonidos Ibericos', produzido por José Cid. Para além da Argentina, a mesma passou por países como o Uruguai e o Chile.

Em Buenos Aires, Zé Perdigão foi o único português a participar no I Festival Portenho de Fado e Tango, onde foi recebido “de forma apoteótica”. Desde então, tem vindo a “receber vários convites para regressar”, mas outros compromissos têm impedido o artista de “agendar uma digressão”.

“Irei agora, no dia 21, receber a distinção e fazer um concerto, mas conto voltar para uma digressão durante os meses de Outubro e Novembro”, revela o cantor, para quem a edição discográfica espanhola “é idêntica à portuguesa”, apresentada em Outubro no Auditório dos Oceanos, em Lisboa, e que se intitula 'Sons Ibéricos'.

“A 'Sonidos Ibericos' inclui mais temas em espanhol, um poema de Gabriela Mistral, 'Las Golondrinas', musicado por José Cid que também musicou 'Plenos Poderes', de autoria de Pablo Neruda, e inclui ainda uma canção muito popular do repertório sul-americano 'Angelitos Negros'”, conta.

Em Março, quando for receber a distinção, durante o concerto, Zé Perdigão irá homenagear “a grande diva da canção argentina” Mercedes Sosa, falecida em Outubro de 2009, através da interpretação do tema 'Zamba para Olvidar'.

O álbum 'Sons Ibéricos' é constituído por 14 temas, entre os quais, 'Bandoleiro', de Ney Matogrosso, 'Esquinas', de Djavan e 'Gondarém', que “é uma homenagem à saudosa Amália Rodrigues, a um grande compositor, Alain Oulman, e a um senhor poeta, Pedro Homem de Mello”, diz.

O álbum é “o enamoramento da guitarra portuguesa com a guitarra flamenca”, com Perdigão a afirmar-se um “apaixonado pelos grandes poetas que temos”, e que, “apesar de escrever umas coisas”, prefere “cantar os outros”, uma vez que é “essencialmente uma voz”.

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