A francesa Maude Julien foi cativa do seu próprio pai que durante 15 anos a sujeitou a torturas físicas e psicológicas. O terror vivido é agora contado em livro na primeira pessoa. Segunda-feira a autora vai estar em Lisboa para apresentar a obra.

Com apenas três anos, Maude Julien foi mantida presa em casa, impedida de ir à escola e de ter contato com outras pessoas até aos 18 anos, idade em que conseguiu fugir, após 15 anos presa em cativeiro pelo próprio pai.

Durante esse tempo, o pai fechou-a num casarão e proibiu-lhe o contacto com outras pessoas, forçando-a a provas paranóicas: ficar fechada numa cave sem luz e cheia de ratos para comunicar com os mortos, tomar banho na água suja do banho dele, levantar-se às quatro da manhã para ir correr sozinha no bosque da casa, ingerir litros de bebidas alcoólicas para fazer exercícios de precisão a seguir.

Maude relata que o pai tinha em mente uma ideia irracional: achava que, se a filha fosse um superser humano, seria capaz de salvar a humanidade. Este plano de abusos e tortura foi executado com a cumplicidade da mãe.

Qualquer pessoa pensará que a pequena Maude devia ter enlouquecido. Mas “Por trás das Grades” é o testemunho comovente de uma menina sobrevivente, que é hoje em dia é mãe e terapeuta.

“Por Trás das Grades” é o livro que conta, na primeira pessoa, o terror vivido por Maude, e que vai estar, a partir de hoje, à venda em todas as livrarias do país.

A autora vai estar no lançamento do livro que tem data marcada para a próxima segunda, dia 26, na FNAC Chiado, por volta das 18h30. A apresentação ficará a cargo da jornalista Teresa Conceição.

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