O pediatra Américo Gonçalves foi distinguido esta semana pelo Hospital de São João, no Porto, graças a um trabalho de investigação clínica na área da icterícia neonatal.

O médico criou um método que permite caraterizar o recém-nascido numa determinada categoria de risco (muito baixo, baixo e alto) e, assim, evitar que o bebé desenvolva uma condição conhecida por hiperbilirrubinemia significativa, a acumulação de uma substância que causa o amarelamento da pele e das mucosas.

Em declarações à Lusa, Américo Gonçalves explicou que se trata de “um método fácil e económico” de detetar e avaliar o risco de icterícia neonatal, “um problema frequente e benigno na grande maioria dos casos” mas que afeta muitos bebés e que, em ocorrências mais graves, pode “originar problemas neurológicos ou, até, a morte”.

“Espera-se que esta estratégia permita a deteção mais atempada e ajude a decidir, na altura da alta, quais desses bebés necessitam de uma avaliação a curto prazo ou aqueles que poderão ser seguidos pelo seu médico de família no seu centro de saúde”, acrescentou o pediatra.

O método foi dado a conhecer num artigo original sob o título “Prospective Validation of a Novel Strategy for Assessing Risk of Significant Hyperbilirubinemia”, publicado na revista “Pediatrics”, considerada a mais conceituada na pediatria a nível internacional.

O prémio do internato médico no valor de cinco mil euros atribuído a Américo Gonçalves é concedido anualmente ao médico interno do Centro Hospitalar de São João que publique, como primeiro autor, um artigo original na revista de maior impacto e melhor ranking da especialidade.

[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]

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