por redação
A equipa lusa partiu confiante para Biarritz e lutou pelas melhores ondas com 47 seleções durante nove dias.
Pedro Henrique alcançou o terceiro lugar na final e ajudou a somar os 2850 pontos que garantiram aos portugueses, pelo terceiro ano consecutivo, o segundo lugar no pódio. A equipa disputou ainda a Aloha Cup, o troféu de equipas, e leva também para casa a medalha de prata.
“Foi um campeonato muito renhido e competitivo. Este mundial registou a maior participação de sempre de seleções nacionais. O Surf esteve ao mais alto nível mas Portugal, com uma estratégia bem definida e focada, atingiu mais uma vez, a medalha de prata. Provamos que o surf nacional está em franca ascensão, é o terceiro ano consecutivo em que conquistamos o segundo lugar e só nos resta almejar o ouro. Toda a equipa está de parabéns! Agora só esperamos que todos estes resultados extraordinários se revejam numa política de financiamento mais coerente e recompensadora do nosso esforço e resultados por parte do Estado”, comenta João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf (FPS).
Portugal ultrapassa, assim, a Espanha (3.º), Estados Unidos (7.º), Brasil (8.º), Costa Rica (9.º) e também o Peru (6.º) anterior campeão mundial.
Pedro Henrique foi o único surfista luso em prova nestes últimos dois dias. O atleta de 35 anos mostrou garra e terminou a bateria das meias-finais com 12.1 pts, perdendo o primeiro lugar para o mexicano Jhony Corzo. No último teste do campeonato a concentração estava ao máximo, com o campeão nacional a dar tudo por Portugal frente a Corzo, a Jonathan Gonzàlez, de Espanha, e a Joan Duru, da equipa da casa. Uma prova com alto nível de dificuldade que levou o surfista a consolidar o terceiro lugar graças a um score de 12.47, acabando a vitória por pertencer ao mexicano Corzo e o segundo lugar a Duru.
“Comecei a prova bem, mas depois caí numa manobra que era muito importante e não consegui pegar uma outra onda com a mesma qualidade”, explica Pedro Henrique. “O surf é assim. Não podemos errar nem perder oportunidades. Mas foi um grande campeonato com um segundo lugar para Portugal e é isso que importa”, acrescenta.
Disputa também renhida na Aloha Cup com a armada lusa na frente da batalha até aos últimos minutos, altura em que caiu para segundo plano e com a França a erguer mais um troféu. Portugal terminou com 47.53 pts, uma diferença mínima de 7,43 para os franceses.
Durante estes nove dias, a Grande Plage, em Biarritz, recebeu 47 seleções em busca dos títulos mundiais, individuais e por equipas, onde Portugal se estreou com bons resultados. Teresa Bonvalot chegou às meias-finais mas acabou por perder para Leilani McGonagle, da Costa Rica, e para a sul-africana Bianca Buitendag. A atleta arrecadou, no entanto, o 5.º lugar mundial e Carol Henrique encontra-se na 13.ª classificação. Nas provas masculinas, José Ferreira foi o primeiro a deixar a competição, seguindo-se Guilherme Fonseca, que, apesar da sua qualidade de surf, acabou por cair já na ronda quatro. O atleta Miguel Blanco foi relegado para terceiro lugar na bateria dos quartos-de-final, com 12.9 pontos, que não foram suficientes para garantir a passagem para a fase final do Mundial.
David Raimundo, selecionador nacional, não esconde o orgulho na prestação dos atletas. “Hoje foi um mais um dia histórico para Portugal. Depois de dois títulos de vice-campeões do mundo, as expetativas de um bom resultado para Portugal eram muito grandes. Mais uma vez, Portugal afirmou-se como uma das grandes potências do surf mundial. Este ano, para além de termos sido vice-campeões do mundo, conseguimos trazer para casa o vice-título da Aloha Cup. Não podia estar mais orgulhoso de toda a equipa! Fomos enormes ao longo de toda a semana. O próximo objetivo é sermos campeões do mundo!”.