Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro está a desenvolver um suplemento a partir de uma alga capaz de fazer baixar a tensão arterial. Futuramente, o produto português poderá vir a ser comercializado na forma de manteiga.
Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro está a desenvolver um suplemento a partir de uma alga capaz de fazer baixar a tensão arterial. Futuramente, o produto português poderá vir a ser comercializado na forma de manteiga.
Os estudantes do curso de Ciências Biomédicas da Universidade de Aveiro, que têm trabalhado sob a coordenação da professora de biotecnologia clínica Sandra Vieira, foram os vencedores deste ano do AUA – Angelini University Award graças ao projeto Coração Saudável, que lhes valeu uma bolsa de 6.000 euros e à docente um subsídio de investigação de 3.000 euros.
Em declarações à Lusa, Sandra Vieira explicou que uma das componentes do projeto dos jovens é “o desenvolvimento de um suplemento nutracêutico que terá como base uma alga com propriedades hipotensivas”.
“Estamos a pensar desenvolver [o suplemento] primeiro à escala laboratorial e depois passar para uma escala mais industrial para a sua produção e comercializar” o produto para consumo generalizado, produzindo-o por via biotecnológica e possivelmente sob a forma de “manteigas e margarinas”, avançou a coordenadora do grupo Coração Saudável.
Segundo a docente, a conquista do prémio Angelini University Award vai facilitar o financiamento do desenvolvimento do nutracêutico, mas é também uma forma de incentivar o grupo a “participar de uma forma ativa e concreta” na sociedade.
“O que nos faltava e nós pedíamos à Angelini era o fundo de maneio para começar a otimizar a produção biotecnológica do suplemento nutracêutico e o apoio para um curso de empreendedorismo para os alunos”, o que foi conseguido com este prémio, salientou Sandra Vieira.
Sensibilizar população para a hipertensão arterial
A produção deste suplemento não é, no entanto, a única vertente do projeto. Outra delas está relacionada com a sensibilização da população quanto ao problema da hipertensão arterial, que, no presente, afeta um em cada três portugueses e que, daqui a alguns anos, “poderá afetar um em cada dois”, o que é problemático como fator de risco para as doenças cardiovasculares, alertou a especialista.
Como forma de chamar a atenção dos portugueses para as consequências da tensão arterial elevada, o grupo Coração Saudável, composto pelos estudantes Bárbara Maia, Bárbara Pereira, Joana Fernandes, João Almeida e Patrícia Azevedo, organizou palestras em escolas e institutos, uma caminhada, e estão a preparar sessões interdisciplinares sobre nutrição, exercício físico e hipertensão.
Além disso, os jovens elaboraram ainda um guia, revisto e aprovado pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão, com informação sobre hipertensão e nutrição, além de conter esclarecimentos de “alguns mitos urbanos” acerca deste tema.
Clique AQUI para aceder ao site oficial do Coração Saudável.