As super moléculas são, na verdade, antioxidantes que já se encontram presentes na alimentação, só que otimizados para atuarem no local de produção de energia das células, sendo assim capazes de prevenir e minimizar os danos provocados pelo stress oxidativo – associado à morte celular, ao envelhecimento e a doenças como diabetes, doença do fígado gordo não-alcoólico ou doenças do sistema nervoso central.
"Os antioxidantes ingeridos no dia a dia apresentam uma biodisponibilidade baixa, sendo que frequentemente não alcançam os locais nas células onde devem atuar", explica Paulo Oliveira, líder do grupo do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC.
"Os novos antioxidantes são mais precisos do que os antioxidantes presentes na alimentação porque possuem um "código postal" que os encaminha para o local de produção de energia da célula, a mitocôndria".
"A importância de focar a ação destes compostos na mitocôndria deve-se ao facto de esta ser o local da célula onde a energia é produzida e que está mais exposto a danos oxidativos, que ocorrem ao longo do processo de envelhecimento e em várias doenças. A nossa abordagem permite otimizar o que a natureza já nos oferece", acrescenta.
"O processo de obtenção destes novos agentes utiliza tecnologias inovadoras, onde pequenos retoques na estrutura do antioxidante natural conduziram ao efeito biológico desejado. Os antioxidantes desenvolvidos apresentam propriedades adequadas à sua aplicação a nível cosmético e terapêutico", complementa Fernanda Borges, coordenadora da equipa de investigação em Química Medicinal da Faculdade de Ciências da UP.
As novas moléculas, designadas por MitoDIETs, atuam de forma mais seletiva e, em alguns casos, com menos toxicidade do que os antioxidantes presentes em suplementos ou produtos de cosmética. Atualmente estão em prova de conceito em vários modelos animais e celulares para validar as suas aplicações terapêuticas.
Notícia sugerida por António Resende