A cortiça portuguesa foi a protagonista de uma coleção de vestuário criada pela prestigiada estilista sul-africana Suzaan Heyns e apresentada recentemente em Joanesburgo, no âmbito da Mercedes-Benz Fashion Week.
A cortiça portuguesa foi a protagonista de uma coleção de vestuário criada pela prestigiada estilista sul-africana Suzaan Heyns e apresentada recentemente em Joanesburgo, no âmbito da Mercedes-Benz Fashion Week. Esta é a primeira vez em todo o mundo que é dada a conhecer uma coleção completa em que a cortiça é o elemento dominante.
A coleção de Heyns é composta por dezenas de peças, não se limitando apenas ao vestuário e estendendo-se também a acessórios e sapatos. Vestidos, calças, casacos, “tops”, alguns inteiramente em “cortiça-couro” e outros com aplicações na cintura, nos ombros, nas golas ou nas costas são algumas das novas criações da sul-africana.
Nos acessórios, a criadora utilizou várias qualidades de cortiça, incluíndo a que é usada em soalhos e impermeabilizações, por ser mais rígida e mais adequada a objetos como carteiras e malas de mão e às solas dos sapatos.
Em declarações à Lusa, Suzaan Heyns considerou que o espetáculo 'Doors of Perception' (Portas da Perceção, em português) “serviu para desmontar algumas ideias feitas, nomeadamente a de que a cortiça é apenas utilizada para determinados fins e que seria um material rígido”.
“Por isso, jogámos com o movimento real que pode ser criado pelas peças em cortiça e que é maravilhoso. Foi um desafio às perceções erradas criadas na mente com um resultado que excedeu as expetativas”, afirmou a estilista.
Cortiça portuguesa foi fornecida pelo grupo Amorim
A cortiça portuguesa utilizada na coleção foi integralmente fornecida pela Amorim Cork South Africa, empresa do grupo Amorim estabelecida na Cidade do Cabo há quase três décadas e que se congratulou com a experiência e o sucesso de Heyns na semana da moda de Joanesburgo.
Joaquim Sá, diretor da Amorim Cork South Africa, sublinhou que esta foi “a primeira vez que o mundo da moda assistiu à apresentação de uma coleção inteiramente em cortiça” e defendeu que “a cortiça e a criatividade são sinónimos”.
“Até o próprio cenário – as 'portas de perceção ' – foi revestido com cortiça”, acrescentou o executivo português, natural do Porto, que tem liderado e que tem liderado a gradual penetração dos produtos de cortiça no mercado sul-africano, onde começou por fornecer as rolhas para a indústria vinícola na região do Cabo ocidental.
Joaquim Sá destacou ainda que “a cortiça observou, durante séculos, a expressão da criatividade no mundo do vinho e a sua reputação mantém-se inalterável como acessório de moda”, tendo realçado a importância das suas qualidades ecológicas, biodegradáveis e recicláveis num mundo cada vez mais preocupado com o ambiente.
A marca Suzaan Heynz está no mercado sul-africano desde 2008 e a sua criadora, que se prepara para inaugurar, brevemente, novas lojas, participa há quatro anos consecutivos na semana da moda de Joanesburgo, indo também mostrar as suas coleções em Nova Iorque ainda em setembro deste ano.
“Caminhamos com passos pequenos, mas seguros. A minha terra é a África do Sul, adoro viver e trabalhar aqui e a expansão da marca é feita sem ansiedade, mas com segurança”, concluiu Heynz, que se considera “à margem de tendências e estilos, mas com grande amor pela beleza”.
Clique AQUI para ver mais fotografias dos conjuntos em cortiça apresentados por Heynz.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]