O cinema português foi elogiado, esta semana, pelo diretor artístico do Festival de Cinema de Locarno, que decorre na Suíça até domingo, a propósito da estreia mundial do filme de autoria lusa "A última vez que vi Macau".
O cinema português foi elogiado, esta semana, pelo diretor artístico do Festival de Cinema de Locarno, que decorre na Suíça até domingo. As palavras de Olivier Père vieram a propósito da estreia mundial do filme “A última vez que vi Macau”, de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, que aconteceu durante o evento.
Num blog onde relata o que se passa na cidade por ocasião do certame, o responsável suíço aplaudiu a “vanguarda” nacional, encabeçada por João Pedro Rodrigues, que descreveu como um dos “franco-atiradores” de uma geração do cinema português que inclui também, por exemplo, Miguel Gomes e João Nicolau.
“Portugal é um país que produz cinema, mas um cinema feito exclusivamente por artistas. Tem grandes mestres, os seus 'poetas malditos', mas também uma vanguarda jovem e incrivelmente talentosa”, escreveu Père.
O diretor artístico passou em revista os filmes de João Pedro Rodrigues, como “Fantasma” e “Morrer como um homem” e afirmou que o realizador criou “um universo homo-erótico muito pessoal” no plano “sexual e cinematográfico” que tem sido “a arte da metamorfose”.
Quanto ao seu mais recente trabalho, “A última vez que vi Macau”, uma parceria com João Rui Guerra da Mata dada a conhecer ao mundo na segunda-feira em Locarno, Olivier Père considera-o “o mais barroco dos filmes, que nunca para de se transformar diante dos nossos olhos passando, dentro do mesmo plano, de um diário íntimo à mais delirante das ficções policiais”.
Este filme assinala a colaboração entre os dois portugueses que, embora trabalhem juntos há vários anos, não tinham ainda dividido a assinatura de uma produção.
De salientar que João Rui Guerra da Mata compete igualmente a título individual naquele festival com o filme “O que arde cura”, uma “curta-metragem maravilhosa de 27 minutos inspirada em 'A Voz Humana', de Jean Cocteau”, elogiou Père.
O Festival de Cinema de Locarno, que arrancou no dia 1 de Agosto, conta também com outros dois filmes portugueses: “Zwazo”, de Gabriel Abrantes, e “O dom das lágrimas”, obra de João Nicolau que tinha sido encomendado por Guimarães, Capital Europeia da Cultura.
A edição deste ano do evento presta ainda homenagem aos 20 anos do Festival de Curtas de Vila do Conde, uma homenagem marcada pela exibição especial de quatro filmes.
Clique AQUI para aceder ao artigo publicado por Olivier Père no seu blog (em inglês).