Chovia, mas mantivemos o encontro. Em plena baixa lisboeta onde a inspiração percorre as ruas, este era o lugar lógico para falar com uma jovem criativa que, entre outras coisas, desenha quimonos.
Chovia, mas mantivemos o encontro. Em plena baixa lisboeta onde a inspiração percorre as ruas, este era o lugar lógico para falar com uma jovem criativa que, entre outras coisas, desenha quimonos.
Niwa nasceu em abril de 2014, depois de Inês sentir que precisava de um novo desafio na vida. Começou pela escultura, área na qual é formada em Belas Artes, mas ao fim de um ano de trabalho como escultora, apercebeu-se que não era por aí o caminho a percorrer.
Aproveitou as oportunidades que a vida lhe deu, como ser assistente de redação na antiga Maxim, mas quando lhe surge a questão – lembras-te o que querias ser quando eras criança? – a memória guardada de desenhos e recortes de roupas rapidamente lhe encheram o coração. Depois foi juntar a mãe, Telma à equação para dar origem a um jardim de tecidos.
“A minha mãe é uma pessoa muito especial,” frisa Inês com uma luz nos olhos. “Sempre fomos criadoras de alguma coisa, lá em casa alimentaram-nos essa veia”, comentou.
A mãe sabe costurar e Inês, inventiva, dedica-se às experiências. Depois, com a prática veio o aperfeiçoamento. “O André (namorado) ofereceu-me uma máquina de costura e por vontade, comecei por fazer as minhas peças”. Sentou-se à mesa com a mãe e começaram a desenhar um conceito, a Niwa. Significa jardim em japonês e assim floresceu uma marca que cria quimonos.
Quase a fazer um ano, o saldo tem sido positivo. “A minha mãe é muito organizada, tem excel para tudo, e chegou ao fim do Verão a dizer que tínhamos feito cerca de 400 peças”. Pode não soar a muito, mas são apenas duas pessoas, mãe e filha, que se sentam no ateliê caseiro entre tecidos, padrões, cortes e costuras para conseguirem entregar as peças a quem as compra via online.