Segundo adiantou o diretor do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, Luís Graça, “os ganhos em saúde são evidentes”, revelando-se principalmente na diminuição das urgências decorrentes de abortos clandestinos.
O diretor hospitalar reagia assim às recentes declarações do líder social democrata, Passos Coelho, que sugeriu que a lei tinha ido demasiado longe e devia ser revista.
No hospital de Santa Maria havia entre 18 a 20 urgências deste género por mês e atualmente registam-se apenas cerca dois casos – o que significa uma diminuição de 80% que, segundo o diretor, também se verifica noutros serviços.
No último relatório da DGS lê-se que, antes da despenalização do aborto, estimava-se que fossem feitas 20 mil interrupções de gravidez por ano e “depois da entrada em vigor da lei [as interrupções] nunca ultrapassaram este valor”.
Em 2010 registaram-se menos 311 casos de interrupções da gravidez, por opção da mulher, comparando com ano anterior, revelam os dados lançados pela Direção Geral da Saúde (DGS).