Ainda não chegou o ‘deadline’ da campanha de 'crowdfunding' que a empresa Sea4U tem a decorrer, na rede PPL, mas a jovem empresa já ultrapassou a meta que tinha estabelecido para avançar com a exploração dos fundos rochosos. A Sea4U queria 5.700 euros mas já consegui angariar 5.840 euros.
Fundada por quatro jovens – dois biológicos, uma bioquímica com formação em genética e um economista – a Sea4U “utiliza compostos marinhos para desenvolver novos medicamentos, em particular para a dor crónica – uma condição clínica que ainda não tem um tratamento adequado”, lê-se na página da PPL.
A Sea4U explica que, de acordo com a investigação científica que já desenvolveu, há “espécies marinhas, atualmente sem qualquer valor comercial e que se encontram nos fundos rochosos do nosso mar, que possuem um potencial enorme para o tratamento da dor crónica”.
A equipa explica ainda que “alguns invertebrados marinhos – como as esponjas, as anémonas, os corais ou os briozoários – estão fixos às rochas e à mercê dos predadores, sem poderem fugir”. Isto terá levado estes animais marinhos a desenvolverem “soluções altamente especializadas e engenhosas para a defesa contra os predadores” como a “secreção de toxinas que atuam como defesas químicas”.
A aposta da Sea4U, cuja sede fica em Sagres (Algarve), é mergulhar no mar português, durante o período do Verão (que é mais favorável a esta atividade), recolher amostras marinhas e realizar a respetiva “análise laboratorial dos compostos bioativos produzidos por estas espécies marinhas e a realização dos ensaios de atividade analgésica em modelos de dor crónica”.
Segundo a equipa Sea4U, a dor crónica é uma síndrome que pode ser provocada por diversas patologias (diabetes, cancro, artrite, fibromialgia, entre outras) e que afeta 1.5 mil milhões de pessoas em todo o mundo (21% da população mundial).
Para além de ser uma condição dolorosa e difícil de tratar, esta síndrome tem custos para o Estado e para as famílias, com a Sea4U a avançar que, em Portugal, o peso dos custos diretos e indiretos na economia, relacionados com a dor crónica, representam quase 3% do Produto Interno Bruto (PIB).