Inovação e Tecnologia

Solução lusa pode “revolucionar” indústria automóvel

Uma equipa de investigadores portugueses da Universidade de Aveiro desenvolveu uma metodologia experimental de produção de tubos preenchidos com espuma de alumínio que pode vir a "revolucionar" a indústria automóvel.
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Uma equipa de investigadores portugueses da Universidade de Aveiro desenvolveu uma metodologia experimental de produção de tubos preenchidos com espuma de alumínio que, segundo a instituição de ensino superior, pode vir a “revolucionar” a indústria automóvel.
 
A espuma metálica, que já está a ser incorporada em alguns automóveis topo de gama na Alemanha, é um material resistente relativamente ao seu peso e absorve de forma eficaz a energia de impacto, uma caraterística com reflexos ao nível da segurança dos ocupantes dos veículos em caso de acidente. 
 
Além disso, trata-se também de um material leve, o que potencia baixos consumos de combustível, e poroso, tendo potencial para amortecer ruídos e vibrações.
 
Considerando as vantagens da espuma de alumínio, os investigadores portugueses, liderados pela cientista Isabel Duarte, do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da Universidade de Aveiro, criaram uma metodologia experimental para produzir tubos de alumínio preenchidos com este material, sendo o preenchimento feito durante a etapa de formação da própria espuma.
 
Em declarações à Lusa, Isabel Duarte explica que a principal dificuldade da equipa foi assegurar “que o tubo mantivesse a sua integridade estrutural, que não fundisse durante a formação da espuma no seu interior e que houvesse o preenchimento total deste, uma vez que este processo ocorre a temperaturas próximas da temperatura de fusão do alumínio do tubo e da espuma”. 
 
O núcleo, em espuma de alumínio, destas novas estruturas fabricadas em Aveiro, tem a responsabilidade de proporcionar uma elevada taxa de absorção de energia por unidade de peso, enquanto os tubos contribuem para a rigidez e a resistência mecânica do conjunto. 
 
Segundo a cientista, os primeiros resultados alcançados na Universidade de Aveiro “são bastante promissores, já que o processo garante uma ligação forte entre a espuma e as paredes internas do tubo exterior que se reflete no seu comportamento mecânico”. 
 
“[As estruturas desenvolvidas] têm apresentado um bom desempenho mecânico, mais fiável e previsível, comparativamente com outras semelhantes”, salienta a coordenadora do projeto, que acrescenta que a metodologia “permite preencher estruturas metálicas ocas com espuma sem recorrer às técnicas secundárias como colagem e soldadura geralmente usadas, reduzindo, assim, uma etapa na produção de um componente automóvel”. 
 
A investigação do DEM está a ser realizada com o apoio da empresa nacional MJAmaral e em parceria com grupos de investigação da Universidade Técnica de Berlim (Alemanha), da Universidade de Maribor (Eslovénia) e da Universidade de Split (Croácia).

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