Num ano marcado pela "obsessão" de superação da dívida, pelo aumento do desemprego, da pobreza e da exclusão social, a solidariedade "crescente" dos portugueses é a marca positiva destacada pelos representantes do sector social em 2012.
Num ano marcado pela “obsessão” de superação da dívida, pelo aumento do desemprego, da pobreza e da exclusão social, a solidariedade “crescente” dos portugueses é a marca positiva destacada pelos representantes do sector social em 2012.
“Há gente que tem sido muito penalizada e que está a sofrer pelos sacrifícios que lhe estão a ser pedidos. É óbvio que se não fosse a solidariedade” dos portugueses e das instituições, “o sofrimento seria ainda maior”, defende o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, em declarações à Lusa.
O dirigente destaca, portanto, a “crescente solidariedade” do povo português, que “tem sido inexcedível, apesar das constantes austeridades que se têm plantado sobre a sua vida”.
Já para o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, em tempo de más recordações, o que houve de melhor foi também o espírito altruísta dos portugueses, que foram “a grande almofada social desse drama que é o desemprego e o aumento brutal da pobreza e da exclusão”.
A mesma opinião é partilhada pelo padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade Social. Embora tenha dificuldades em encontrar os aspetos positivos, o responsável destaca a procura de soluções que tornem “menos onerosos os serviços” prestados pelas instituições, sublinhando a “grande capacidade de resiliência” das mesmas.
De salientar que, também este ano, se deu um aumento significativo do número de voluntários portugueses. Como o Boas Notícias adiantou já este mês, existem, atualmente, cerca de 1,8 milhões de cidadãos envolvidos em ações de voluntariado no nosso país, em áreas que vão desde a saúde ao ambiente.