A criação desta plataforma, que junta empresas, empreendedores, universidades, centros de I&D, associações, incubadoras e municípios que operam no âmbito das cidades inteligentes, resulta da evolução da Plataforma Colaborativa Smart Cities Portugal, criada em 2013. Esta iniciativa, agora formalizada em cluster de competitividade, desenvolveu campanhas de sensibilização, mobilização de atores, comunicação e disseminação de temáticas ligadas a estratégias de e para smart cities.
O novo grupo pretende estimular o desenvolvimento e a experimentação de soluções urbanas inovadoras e inteligentes, passíveis de replicação, exportação e valorização nos mercados internacionais.
Entre os seus propósitos, o Cluster Smart Cities Portugal também pretende alavancar as cidades a desenvolver projetos urbanos inteligentes, em coerência com as suas especificidades territoriais, e de produtos e sistemas de elevado valor acrescentado para cidades inteligentes a nível global; fomentar a criação de novas empresas associadas ao mercado das cidades inteligentes, apoiando o empreendedorismo urbano, e projetar coletiva e internacionalmente o cluster, promovendo iniciativas de interclusterização.
Tendo sido fundado por cerca de 30 estruturas, o cluster é dirigido por entidades como o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento, a Compta, a Siemens, a Universidade do Minho e a Brisa Inovação e Tecnologia. A Mesa da Assembleia Geral é presidida pela Universidade de Évora, com a participação da Indra e da Conteúdo Chave. Por sua vez, o Instituto Politécnico de Bragança e a Wattguard estão presentes no Conselho Fiscal da associação. Além destas organizações, também integram o Cluster Smart Cities Portugal a Agência DNA Cascais, Associação Portuguesa do Veículo Elétrico, Associação Porto Digital e as empresas ESRI, Ubiwhere, NEC, ZTE, Follow Inspiration, Oracle, Soltráfego, Alcatel-Lucent, Focus-bc, Inocrowd, Kaizen Institute, Wisesoma, Medidata, Virtual Power Solutions, Microprocessador, BuzzStreets, Endesa, Águas de Gaia, Gfi, Philips, Startup Lisboa, entre outros.
Na atualidade, o Smart Cities Portugal, como cluster de competitividade, está em processo de reconhecimento como Estratégia de Eficiência Coletiva no âmbito da política nacional de clusterização. Está também a aguardar a assinatura de contrato programa com o IAPMEI, para dar início à implementação do Plano de Ação do Cluster 2017-2020.
De acordo com o seu plano de ação para 2017, o cluster irá desenvolver atividades de natureza coletiva centradas em áreas como: estratégia, intelligence, capacitação, financiamento, internacionalização, comunicação e projeção global, cooperação e representação institucional. Uma das intenções do cluster é elaborar um Plano Nacional para Cidades Inteligentes que posicione Portugal como um país pioneiro nesta matéria, à semelhança dos casos de Espanha e Reino Unido.
Enquanto associação recém-instituída, o cluster ainda não pode aferir resultados e impactos. Porém, quer a Plataforma colaborativa Smart Cities Portugal, quer a RENER – Rede Portuguesa de Cidades Inteligentes, parceira de excelência deste cluster, contribuíram decisivamente para a sensibilização dos municípios para o tema das smart cities.
Enquanto em 2013 a RENER integrava 46 municípios, no ano passado já representava 124 cidades portuguesas, sendo também um importante operador na secção de Cidades Inteligentes da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Além disso, e de acordo com os resultados da segunda edição do Índice de Cidades Inteligentes (INTELI, 2016), 25% dos municípios analisados já tinham definido estratégias e planos de ação na área das smart cities, sendo que 31% criaram departamentos ou grupos de trabalho específicos para as cidades inteligentes.
Catarina Selada, Diretora da Unidade de Cidades da INTELI – Inteligência em Inovação, Centro de Inovação, destaca a importância do desenvolvimento do Índice de Cidades Inteligentes – um instrumento criado para analisar a inteligência urbana dos municípios portugueses. O índice integra cinco dimensões – governação, inovação, sustentabilidade, qualidade de vida e conectividade – e cerca de 200 indicadores. Foi aplicado pela primeira vez em 2012 com uma amostra de 20 municípios, sendo que esta segunda edição contou com 36 municípios. Os resultados integrados desta análise vão ser apresentados durante este mês, onde se poderão destacar municípios com experiências e boas práticas interessantes em matéria de inovação urbana, como Porto e Cascais.
Paralelamente, a Plataforma colaborativa Smart Cities Portugal, antecessora do atual cluster, desenvolveu durante dois anos um conjunto de atividades relevantes, entre as quais a organização do RoadShow Smart Cities Portugal (2014). No âmbito desta ação, realizaram-se seminários setoriais sobre energia, edifícios sustentáveis e TICE no contexto das smart cities, assim como um seminário internacional designado “Smart Cities: It’s all about People” com a presença de 350 participantes. Importa ainda assinalar a elaboração de outras iniciativas como o Roadmap Smart Cities Portugal (2014), que incluiu um conjunto de indicadores acerca das empresas que operam no mercado das cidades inteligentes, assim como um catálogo da oferta nacional nesta área, tendo contado com a colaboração de 100 empresas. A participação em eventos internacionais sobre smart cities, nomeadamente no “Smart City Expo World Congress” (Barcelona, Novembro 2013, 2014 e 2015) e “Smart City Event” (Amsterdão, Maio 2014), juntamente com autarquias da rede RENER e algumas empresas e centros de I&D da plataforma. A realização de reuniões com empresas, universidades, centros de I&D e autarquias, com vista a disseminar o conceito de cidade inteligente e a sensibilizar os atores para a importância da cooperação intersectorial, bem como a apresentação da plataforma Smart Cities Portugal em inúmeros seminários e workshops nacionais acerca de cidades inteligentes, com vista a disseminar os seus objetivos.
Uma vez que “tornar-se uma cidade inteligente é um processo, não um fim em si mesmo”, a responsável da INTELI refere que não existem abordagens padronizadas que se apliquem a “todos os municípios como ‘uma receita’” e acrescenta que “cada estratégia tem que ser adaptada às especificidades económicas, sociais, culturais e institucionais de cada território. Neste âmbito, é difícil aferir acerca das cidades mais inteligentes”.
Catarina Selada acredita que “Portugal tem a oportunidade de se poder afirmar, a nível internacional, como um laboratório vivo para o desenvolvimento, teste e experimentação de soluções, produtos e serviços para smart cities com projeção global. Pretende-se promover a internacionalização das empresas portuguesas, mas também atrair investimento direto estrangeiro de empresas que queiram testar as suas soluções em Portugal, como centros de competências de multinacionais. E, para tal, há que criar condições favoráveis, quer por parte das políticas nacionais quer dos governos locais” – um trabalho relevante que, a partir de agora, será missão do Cluster Smart Cities Portugal.
// www.smartcitiesportugal.net
Ano Constituição
2017
Localização
Cascais
Equipa fundadora
22 empresas
3 universidades
1 centro I&D
2 associações
1 agência de empreendedorismo
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