Álvaro Siza Vieira prepara-se para inaugurar, já no próximo sábado, na província de Jiangsu, a sua primeira obra na China, um trabalho que, para o arquiteto português, evidencia a "capacidade exportadora de Portugal" nesta área.
Álvaro Siza Vieira prepara-se para inaugurar, já no próximo sábado, na província de Jiangsu, a sua primeira obra na China, um trabalho que, para o arquiteto português, evidencia a “capacidade exportadora de Portugal” nesta área.
Trata-se de uma construção curvilínea que evoca “um dragão a flutuar sobre a água”, desenvolvida em parceria com Carlos Castanheira, com tapetes, candeeiros e mobiliário desenhados em Portugal e que vai funcionar como sede de uma empresa química de HuaiAn.
Citado pela Lusa, Siza Vieira, o autor da obra, com apenas dois pisos e 300 metros de comprimento, edificada sobre um reservatório de água com uma área de 10 hectares, adjacente à fábrica, e que parece flutuar, destaca que esta é “uma produção portuguesa e só mostra que Portugal tem capacidade para exportar e que há boa recetividade para os nossos produtos”.
O arquiteto de 81 anos, nascido em Matosinhos e galardoado em 1992 com o Pritzker Prize (o “Nobel” da Arquitetura), admite que “trabalho fácil, não há” e que “isso faz parte” da profissão, mas assegura que teve um “ambiente muito bom”.
Segundo Siza Vieira, “o cliente respeitou escrupulosamente o projeto” e considerou “impecável” a qualidade da construção. “Foi um prazer. Ultrapassou tudo o que eu esperava”, revela o português.
A encomenda do edifício partiu da Shihlien Chemical Industrial Jiangsu, uma empresa do consórcio Taiwan Glass Group que, num comunicado divulgado a propósito da inauguração da nova sede, declara que Siza Vieira “é um dos maiores mestres da arquitetura vivos”, com uma obra “altamente poética”.
“O minimalismo simples do seu vocabulário arquitetónico está intimamente ligado à paisagem e, associado a um profundo respeito pelo lugar, cultura e história, dá ao seu trabalho uma irresistível tensão e vitalidade”, pode ler-se no documento.
O “Edifício sobre a Água”, como a sede da empresa química é agora designada, é a primeira obra de Siza Vieira na China, mas não será a ultima.
Em parceria com o ateliê de Carlos Castanheira, o arquiteto português desenhou um museu para uma academia de arte em Hangzhou, no leste da China, que deverá ser inaugurado em 2016, e no início da próxima semana estará em Macau para tentar finalizar um projeto de renovação de um histórico hotel do território.
Notícia sugerida por António Resende