Folhear livros antigos de grande valor, por norma exibidos em caixas de vidro e apenas manuseáveis com luvas, é um privilégio que não está ao alcance de todos. Porém, uma nova tecnologia promete mudar esta realidade.
Folhear livros antigos, nomeadamente livros medievais de grande valor, por norma exibidos em caixas de vidro e apenas manuseáveis com luvas, é um privilégio que não está ao alcance de todos. Porém, uma nova tecnologia promete, agora, mudar esta realidade, permitindo ao utilizador comum consultar obras ancestrais sem a necessidade de lhes tocar.
Tal será possível graças a um sistema de leitura 3D inovador, denominado Interactive 3D Book Explorer, desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer e apresentado a semana passada na principal feira de tecnologia do mundo, a CeBIT, que decorreu na cidade alemã de Hannover.
Graças a este sistema interativo, os leitores podem ler os textos em latim ou desfrutar das ilustrações coloridas elaboradas há vários séculos de uma forma moderna e sem precisar de as manusear, o que faz com que não haja perigo de danificar as obras, explica a AFP.
A tecnologia é capaz de “digitalizar” as páginas do livro, disponibilizando-as num ecrã plano. Os leitores devem, então, colocar-se de pé a poucos metros de distância do ecrã e mudar as páginas movimentando as mãos no ar e acionando, desse modo, os sensores das câmaras do sistema. Ou seja, apenas com os movimentos, é possível interagir com o livro em 360º e a três dimensões.
Segundo Paul Chojecki, diretor do projeto, o Instituto Fraunhofer trabalha com a Biblioteca do Estado da Baviera, em Munique, para levar até a um público mais amplo algumas das suas coleções mais antigas. “Acredito que o livro mais antigo que foi digitalizado até agora tem, pelo menos, 1.000 anos”, revelou Chojecki.
De acordo com o responsável, “o passo seguinte [do projeto] será melhorar o conteúdo digital”. “Podemos imaginar uma função de pesquisa ou uma tradução simultânea para o caso de, por exemplo, o leitor não falar latim”, exemplificou.
Veja abaixo um vídeo divulgado pelo Instituto Fraunhofer que mostra o funcionamento deste sistema.