O projeto-piloto entre uma incubadora de empresas e a Galp Energia arranca este mês em Sines e permite visitas à refinaria da empresa, a maior instalação industrial do país.
O projeto-piloto entre uma incubadora de empresas e a Galp Energia arranca este mês, em Sines, e permite visitas à refinaria da empresa, a maior instalação industrial do país.
A iniciativa intitula-se “Sines – Turismo Industrial Sustentável” e é promovida pelo Sines Tecnopolo, envolvendo, nesta primeira fase, a Galp Energia. A primeira visita à refinaria da Galp será no dia 26 de Setembro e conta com o apoio da Câmara Municipal de Sines.
“É um produto turístico de nicho, não arrasta massas, mas pode e deve surgir aliado aos outros produtos turísticos” existentes no território, realçou a diretora-executiva do Sines Tecnopolo, Mónica de Brito, em declarações à agência Lusa.
Além das pessoas que procuram, especificamente, este nicho de oferta, designadamente “curiosos e estudiosos” das questões industriais, todos os turistas são potenciais consumidores da experiência, complementar à variedade de outras à sua disposição, afiançou.
“Vamos fazer a inauguração e, depois, começam as visitas regulares”, em grupo e organizadas, numa fase inicial, pelo Sines Tecnopolo, ainda que essa regularidade esteja “muito dependente da disponibilidade da refinaria”, disse Mónica de Brito.
O projeto tem “várias vantagens”, segundo a incubadora de empresas que pretende “limar arestas e das mais maturidade ao projeto”. Numa segunda fase, poderá incluir rotas temáticas e centros de acolhimento para os visitantes.
“O facto de ser a Galp e a refinaria ajuda-nos a projetar a nossa marca e o projeto de uma forma completamente diferente”, afiançou.
Esta iniciativa, aos poucos, vai começar a ser alargada a outras empresas com instalações industriais em Sines, várias das quais estão interessadas em aderir, como a EDP, a REN, a Repsol ou a PSA.
Segundo Mónica de Brito, este apoio empresarial pode ser compreendido “numa lógica de responsabilidade social” e, ao mesmo tempo, para “desmistificar alguns preconceitos que existem em relação à própria atividade” industrial.
A par do produto sol e mar, a vertente industrial é uma “marca forte” de Sines e da zona envolvente, que este projeto quer tornar numa mais-valia em termos turísticos.
“Temos aqui uma realidade industrial, logística e portuária que é única no país e, portanto, havia que tentar 'casar' de forma harmoniosa dois setores que aparentemente são antagónicos, que é o turismo e a indústria”, frisou
O objetivo do Sines Tecnopolo passa ainda por, no futuro, transferir o projeto para 'as mãos' de empreendedores, contribuindo para “gerar novos negócios”, realçou a diretora-executiva.
O desenvolvimento do turismo industrial em Sines insere-se no projeto Aportar, promovido pelo município, que inclui uma plataforma multimédia com o património relacionado com o Gabinete da Área de Sines, criado em 1971 para a implantação do complexo industrial e portuário.