Saúde

Sida: Tratamento oferece risco zero de transmissão

O maior estudo realizado até hoje sobre a probabilidade de transmissão do vírus da SIDA da parte de pessoas infetadas que estão a ser tratadas com antirretrovirais revela um risco de infeção de zero por cento.
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Já foram revelados os resultados preliminares do maior estudo, até à data, a analisar a possibilidade de transmissão do vírus da SIDA da parte de pessoas infetadas que estão a ser eficazmente tratadas com antirretrovirais. Essa probabilidade, diz o estudo, é de quase zero por cento.
 
O estudo da Partner analisou, durante dois anos, mais de 700 casais de 14 países da Europa, incluindo Portugal. Os resultados preliminares da investigação foram divulgados, em Março, numa conferência que decorreu em Boston, EUA, e apontam para um risco quase zero de transmissão quando o parceiro infetado está a fazer um tratamento bem-sucedido com antirretrovirais, ou seja, com uma carga viral abaixo dos 200/ml.

A britânica Alison Rodger, que apresentou os resultados no encontro Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections, em Boston, garantiu que “uma pessoa que, graças ao tratamento, apresente uma carga viral indetetável terá zero de probabilidades de transmitir o vírus”.

Foram excluídos do estudo os casais onde o elemento não infetado estava a fazer tratamento profilático contra o VIH e os casais onde o elemento com SIDA tinha níveis de infeção acima dos 200/ml. Entre os casais estudados, cerca de 40 por centro eram homossexuais e os restantes eram heterossexuais.

Nenhum caso de transmissão

De acordo com os resultados preliminares apresentados na conferência, não houve nenhum caso de transmissão do vírus da SIDA entre os casais analisados ao longo destes anos, o que prova, defendem os autores do estudo, que o tratamento com antirretrovirais funciona também como método de prevenção.

Na conferência, o dinamarquês Jens Lundgren, investigador da Partner, sublinhou que o facto de terem sido registadas zero transmissões, não significa que o risco de transmissão seja zero.

Contudo, extrapolando os resultados dos mais de 700 casais analisados para a população mundial, os autores do estudo estimam que a probabilidade de transmissão, ao longo de um ano, poderá ser de 0.45% para as relações sexuais vaginais e um risco de 1% para relações anais.

Casais devem continuar a usar preservativo

Esta informação agora divulgada não implica, salientam os responsáveis da Partner, que se deixe de recomendar a utilização do preservativo entre casais. Aliás, um dos objetivos do estudo, além de verificar as probabilidades de transmissão, é perceber por que motivo muitos dos casais onde um elemento está infetado com VIH não usam preservativo.

Apesar da importância destes dados preliminares, a investigação da Partner só estará concluída em 2017, altura em que serão divulgados os resultados finais deste estudo europeu. O grupo continua, aliás, a recrutar voluntários para o estudo, sendo que, em Portugal, a entidade parceira da Partner é o Hospital Santa Maria, através do Departamento de Doenças Infeciosas.

Clique AQUI para saber mais sobre este estudo.

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