A iniciativa é mobilizada pelo Centro Cultural Africano, que funciona naquele bairro problemático da cidade sadina desde 2006, dando apoio a cerca de 100 famílias. A presidente da entidade, Carla Jeanne, explica à agência Lusa que esta é uma das medidas que integra o programa de criação de um gabinete para a gestão de conflitos na Bela Vista.
“Depois dos confrontos [entre moradores e forças de segurança] definimos, em reunião com diversas entidades oficiais, que o bairro precisava de criar um gabinete de gestão de crise e de dar formação aos jovens, que passam muito tempo sem ocupação”, refere.
Embora contasse com uma maior intervenção do Governo, Carla Jeanne garante que, até agora, “nada aconteceu”. Por isso, o Centro Cultural Africano vai avançar com o projeto, em parceria com o Sindicato Profissional da Polícia (SPP) e os Sapadores de Bombeiros.
Frisando que “os problemas do bairro não estão na falta de capacidades das pessoas que aqui vivem, mas na falta de oportunidades com que são confrontadas”, Carla Jeanne acredita que a formação é a ferramenta necessária para atenuar os graves problemas do bairro da Bela Vista.
“Sem escolaridade e sem formação não há trabalho. O número de desempregados aqui é bastante grande. Há quatro anos, 23% dos moradores não tinha emprego. Creio que hoje esse número seja o dobro. É necessário e muito importante dar às pessoas as ferramentas para que elas possam trabalhar”, explicou à agência Lusa.
Os 17 jovens licenciados vão receber formação na Escola Profissional Almirante Reis.
[Notícia sugerida pela utilizadora Marta Gonzalez]