Os investigadores impregnaram folhas de papel banais com nano partículas tornando-as sensíveis às respetivas bactérias. A investigação foi liderada por Elvira Fortunado (diretora do Centro de Investigação de Materiais), especialista na exploração das propriedades eletroquímicas do papel, e por Carlos Salgueiro (diretor de Bioquímica da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas) .
Estas bactérias, conhecidas como 'Geobacter sulfurreducens', são preciosas pois são capazes de gerar corrente elétrica quando entram em contacto com os electródos de uma bateria, lê-se num comunicado da Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas (UCIBIO).
Por outro lado, as mesmas bactérias são capazes de eliminar metais tóxicos ou radioativos, como o urânio e o crómio. Isto significa que poderão ser utilizadas tanto para o desenvolvimento de baterias de combustível microbiano, como para novas formas de tratamento de águas domésticas ou mesmo industriais.
Apesar do seu potencial, estas bactérias ainda são difíceis de isolar e utilizar, face à sua abundância no ambiente. “Isto porque os métodos de deteção são lentos, caros e complexos”, Elvira Fortunato, no mesmo comunicado.
A investigadora, reconhecida internacionalmente como a co-inventora dos semicondutores de papel, acredita que esta técnica tem potencial para otimizar as aplicações destas bactérias.
O sensor desenvolvido funciona de forma semelhante a um teste de gravidez, já que o contacto do sensor com este tipo de bactérias provoca uma mudança de cor do para a cor azul e tem um custo unitário muito baixo (cerca de quatro cêntimos) que descerá ainda mais caso se produzam milhares destes sensores.
O trabalho desenvolvidos pelos investigadores destes dois Centros de Investigação já mereceu destaque na revista Scientific Reports que pertence ao mesmo grupo da conhecida revista Nature.
Segundo concluem os investigadores no estudo divulgado na revista Scientific Reports, esta técnica permitiu criar sensores cromáticos e métrico que detetam a presença (ou ausência) das bactérias em apenas duas horas, e de forma económica e amiga do ambiente.
Notícia sugerida por Elsa Martins