A marca de ténis portuguesa Sanjo, líder de vendas até à década de 70, retomou a produção nacional e vai, inclusive, começar a vender a nova coleção na Amazon, a maior loja online a nível mundial.
A marca de ténis portuguesa Sanjo, líder de vendas até à década de 70, retomou a produção nacional e vai, inclusive, começar a vender a nova coleção na Amazon, a maior loja online a nível mundial.
“Passámos de uma empresa que importava o seu produto, para uma empresa que o produz a 100%, em Portugal, e o exporta para o mundo”, refere o gerente Paulo Fernandes à Lusa. “Esta mudança faz com que a empresa contribua de uma forma positiva para a economia nacional”.
Nos anos 80, com o fim das restrições nacionais às importações de produtos, a histórica fábrica de São João da Madeira acabou por abandonar, quase por completo, a produção das sapatilhas Sanjo. Agora, trinta anos depois, eis que a marca retoma a sua produção nacional.
Mais do que um objetivo desde 2010, voltar a produzir passou a ser uma necessidade, tendo em conta que no mercado asiático da produção de calçado as empresas passaram a ter de enfrentar a concorrência e de saber ser competitivas ao mesmo tempo.
“Quando queríamos produzir uma nova cor para acompanhar as tendências da moda, isso só era possível com a produção de quantidades elevadas. Só que, depois, o retorno das vendas não acompanhava o volume produzido”, explica o responsável. “Além disso deparávamo-nos com o problema do tempo do transporte, porque estávamos dependentes do tempo, do embarque ou do alfandegamento”.
A saída da Ásia é também justificada com a opção de manter o modelo histórico da marca, que voltou a fazer parte das tendências da moda, correspondendo aos mercados mais exigentes.
Para “cumprir todas as normas europeias de construção de calçado, respeitando o meio ambiente, e para que nenhum país tenha qualquer restrição de importação da marca Sanjo, tivemos de encontrar máquinas e adaptá-las” com tecnologia de produção inovadora.
A empresa, que em 2009 comprou a marca com 80 anos, investiu meio milhão de euros para meter a laborar, na Venda do Pinheiro, em Mafra, numa pequena unidade de produção, que permitiu criar 14 postos de trabalho directos e mais de 60 indirectos.
A empresa optou por comprar a matéria-prima a unidades fabris nacionais especializadas no corte e costura e na produção de palmilhas, solas ou atacadores. Atualmente conta com uma capacidade para produzir 150.000 pares de sapatos por ano, mas mantém a produção à medida das necessidades de consumo.
O investimento já conseguiu com que a marca exportasse a sua produção, sendo França, Alemanha e Inglaterra os principais mercados. “Temos muito orgulho em sermos portugueses, mas pela dimensão do país e pelo investimento que fizemos, temos forçosamente de direccionar mais de 50% da produção para exportação dentro de dois anos como uma forma de estar no mercado e aumentar vendas”, afirma Paulo Fernandes.
A primeira produção nacional chega ao mercado com 10 modelos diferentes e cerca de 60 padrões de cores. O modelo histórico não vai ser o único apresentado, sendo os restantes criados a partir de matérias-primas como a pele e a camurça.
O objetivo da empresa é que, a partir de agora, esta esteja sempre a produzir novidades, “para acompanhar as novas tendências da moda que chegam constantemente ao mercado e abranger todas as faixas etárias”.
Notícia sugerida por Rosário Cruz