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A administração de doses baixas de aspirina, durante dois anos após a realização de terapias com medicamentos anti-coagulantes, pode evitar o reaparecimento de coágulos sanguíneos.
É esta a conclusão de um estudo da Universidade de Perugia, em Itália, que foi apresentado na Reunião Anual da Sociedade de Hematologia dos EUA, na Califórnia, divulgado através de comunicado.
De acordo com os investigadores, cerca de 15% a 20% dos pacientes voltam a sofrer de tromboembolismo venoso (obstrução das veias que tem como consequência mais grave a embolia pulmonar) após se interromper a medicação tradicional com anti-coagulantes orais.
Embora o tratamento com esses fármacos possa ser prolongado, causa riscos elevados de hemorragia, o que torna o prolongamento desaconselhável.
Assim, a equipa de Cecilia Becattini, professora de Medicina Interna e Cardiovascular em Perugia, decidiu investigar a eficácia e segurança do uso de aspirina como forma de prevenção do reaparecimento de coágulos e obteve resultados positivos.
“Com a aspirina, um fármaco barato, seguro e disponível em todo o mundo, é possível reduzir em cerca de 40% as probabilidades de recorrência do tromboembolismo venoso”, disse a especialista, citada pela página oficial da Universidade.
“A aspirina não exige um controlo do estado do sangue nem o ajustamento das doses, é uma terapia simples. Além disso, milhares de doentes utilizam-na como forma de prevenir enfartes do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC), o que evidencia a sua fiabilidade”, acrescentou Becattini.
Aspirina: Uma nova possibilidade
Para chegar a estas conclusões, os investigadores administraram 100 mg diários de aspirina a 205 pacientes e placebo a outros 197 pacientes durante um período mínimo de dois anos, após a realização de tratamento anti-coagulante devido a um episódio de tromboembolismo venoso. Ao analisar os resultados, a equipa observou que o risco de a situação se repetir diminuiu 40% no grupo tratado com aspirina.
Nos dois anos seguintes, 28 dos 205 pacientes tratados com aspirina e 43 dos 197 tratados com placebo sofreram um novo tromboembolismo venoso. Isto é, apenas 13,6% dos doentes aos quais foi administrada aspirina foram vítimas de reincidências, contra 21,8% dos doentes do grupo dos placebos.
Segundo Cecilia Becattini, embora estes sejam ainda resultados preliminares, estão em causa conclusões importantes, uma vez que “até agora os pacientes eram sujeitos à medicação tradicional por períodos prolongados ou, em alternativa, não lhes era administrado nenhum fármaco nos primeiros seis meses posteriores à ocorrência. Agora, sabemos que há uma outra hipótese: a aspirina”.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]
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