por Andreia Duarte
Totalmente produzidos em Portugal, os sapatos da marca Rutz, representam, como o próprio nome indica, um regresso às raízes (‘roots’ em inglês), origens e tradições portuguesas, que serviram de mote para a criação deste novo conceito de calçado.
Os fundadores da marca, Raquel Castro e Hugo Baptista (na foto acima), realizam, através da Rutz, o sonho de “calçar mulheres urbanas, sofisticadas e ativas” apostando ao mesmo tempo na “simbologia tradicional portuguesa”, com coleções de sapatos inspiradas nos bordados do Minho e na renda de bilros típica do litoral lusitano, explicou Raquel Castro ao Boas Notícias.
Esta inovação de apostar na cortiça em vez do couro – ainda que, para garantir o conforto, o interior dos sapatos seja feito em pele – apresentou algumas dificuldades iniciais aos criadores, já que “foi difícil encontrar uma fábrica disposta a produzir calçado apenas em cortiça”.
Essa barreira acabou por ser ultrapassada e, em Janeiro de 2012, nasce a Rutz, com uma linha de montagem totalmente artesanal, em São João da Madeira. Dada a exclusividade deste calçado e tendo em conta o trabalho “muito artesanal” que pretendem manter, “o objetivo não é tornar a Rutz numa marca de massas”.
Marca já vende para o estrangeiro
As peças atraíram rapidamente a atenção do mercado nacional, sendo que 90 por cento das vendas da Rutz são vendidas em Portugal, em 30 pontos de venda multimarca, um pouco por todo o país. Mas a marca também já está a dar cartas no estrangeiro, com exportações para países como a Bélgica, Holanda, Luxemburgo e, recentemente, para a Austrália.
Com linhas elegantes e leves, a Rutz tem calçado para todos os gostos e estações, ainda que a utilização de um material de excelência, como a cortiça, e a produção manual coloquem a faixa dos preços acima da média.
Umas sandálias rasas com bordados inspirados nas rendas de bilros, por exemplo, estão à venda por 114 euros, enquanto os botins de salto alto com inscrições dos lenços dos namorados, bordados na própria cortiça, custam cerca de 118 euros.
Um valor que deverá compensar tendo em conta a qualidade e durabilidade de um material como a cortiça. Além disso, todas as peças são totalmente impermeáveis. “A cortiça só por si é um material impermeável”, explica a criadora, mas estes sapatos têm ainda uma “substância impermeabilizante que reforça a sua resistência à chuva e até à neve”.
Raquel e Hugo, de 32 e 34 anos, respetivamente, têm um ‘showroom’ na LXFactory, em Lisboa, onde é possível ver de perto as suas coleções. Quanto ao futuro, pretendem continuar a aposta na internacionalização, admitindo, no entanto, que “ainda há espaço para crescer a nível nacional”.
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