O governo russo anunciou a criação de uma reserva protegida de cerca de 1.600 quilómetros quadrados para salvaguardar o habitat dos grandes felinos ameaçados.
O governo russo anunciou a criação de uma reserva protegida de cerca de 1.600 quilómetros quadrados para salvaguardar o habitat dos leopardos-de-amur e dos tigres siberianos, duas espécies sob forte ameaça de extinção.
O parque nacional, batizado “Land of the Leopard” (“Terra dos Leopardos”) situa-se no extremo oriente da Rússia e, segundo os responsáveis da Wildlife Conservation Society daquele país (WCS Rússia), combina os refúgios já existentes de vida selvagem com terras até agora desprotegidas ao longo da fronteira chinesa.
Cerca de 30 leopardos-de-amur ocupam uma faixa estreita de floresta entre o Mar do Japão e a província de Jilin, na China. Numa área mais ampla daquela região, estima-se que existam, em estado selvagem, cerca de 500 tigres siberianos.
A medida tem sido saudada pelas organizações de conservação animal, mas especialistas de todo o mundo salientam que, embora positiva, a iniciativa poderá pecar por ser demasiado tardia.
É o caso de Joerns Fickel, do Institute for Zoo and Wildlife Research de Berlim, na Alemanha, que estudou as duas espécies e, em entrevista à BBC, se mostrou preocupado com a conjuntura atual. “É melhor que nada e, talvez para os tigres, ainda haja hipóteses. Quanto aos leopardos, temo que possa ser tarde demais”, confessou Fickel.
Ainda assim, Dale Miquelle, líder do programa da WCS Rússia, afirmou, citado pela BBC, estar “otimista” e acreditar que esta medida “vai fornecer um refúgio indispensável a duas das espécies de felinos que mais perigo correm no planeta”.
Peter Zahler, diretor da WCS na Ásia, demonstrou uma crença semelhante, defendendo, em comunicado, que “a criação deste parque aumenta em muito a proteção às populações ameaças do tigre siberiano e do leopardo-de-amur e irá ter um papel fundamental na garantia do futuro destes animais”.
“Estamos ansiosos por continuar a facultar todo o apoio necessário para a preservação dos tigres e dos leopardos nesta região”, acrescentou Zahler.