Rui L. Reis, diretor do Grupo 3B’s do Instituto de Investigação em Biomateriais, Biomiméticos e Biodegradáveis (I3Bs) e vice-reitor para a Investigação e Inovação da Universidade do Minho, recebeu o Prémio Internacional UNESCO de Investigação em Ciências da Vida 2017, em Malabo, na Guiné Equatorial. O cientista português vai ser distinguido com 100 mil dólares (85 mil euros) e uma estátua de um artista local.
O galardão enaltece Rui L. Reis “pelas suas contribuições excecionalmente inovadoras para o desenvolvimento de biomateriais de base natural e suas aplicações biomédicas, incluindo engenharia de tecidos, medicina regenerativa, células estaminais e sistemas inteligentes de libertação controlada de medicamentos, que têm um enorme potencial para melhorar a saúde humana”. O prémio, um dos maiores a nível internacional na área das ciências da vida, destaca a investigação neste domínio cientifico que tenha um forte impacto internacional, sendo atribuído pela UNESCO, com o alto patrocínio do Governo da Guiné Equatorial.
Rui L. Reis torna-se o primeiro cientista europeu com este galardão, que vai na sua quarta edição. “É um grande privilégio receber este importante prémio de natureza global, é mais um estímulo para todo o grupo de investigação que tenho o prazer de liderar e aceito-o em nome de todos os que de algum modo contribuíram para ele. É também um orgulho poder ver reconhecida a investigação que se faz na Universidade do Minho e que é cada vez mais relevante em termos internacionais”, refere.
A presente edição distingue ainda o argentino Ivan Antonio Izquierdo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Brasil), por descobertas em mecanismos de processos de memória, e a Organização de Investigação Agrícola do Centro Volcani (Israel). Os vencedores tinham sido anunciados em julho de 2017 pela então diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
Este foi, entre outros, o terceiro grande prémio mundial que o investigador da UMinho recebeu no último ano, após o galardão “Contribuições para a Literatura Científica” da Sociedade Internacional de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa (TERMIS) e o “Harvey Engineering Research Award” da associação “Institution of Engineering and Technology” (IET), entregue na passada semana em Londres.
Rui L. Reis é um dos cientistas do mundo com mais artigos científicos e mais citações por outros autores nas áreas dos biomateriais, engenharia de tecidos humanos e medicina regenerativa. Tem mais de 1050 trabalhos listados na base “ISI Web of Knowledge” (com cerca de 26.500 citações), 980 na “Scopus” (cerca de 29.500 citações) e 1670 na “Google Scholar” (cerca de 41.000 citações). Destes, cerca de 900 são artigos em revistas internacionais com revisores.