É o quarto maior roseiral da Europa. Numa intensa explosão de cores, a Quinta do Arco, na Madeira, possui uma coleção de rosas raras e antigas que atrai mais de 12 mil turistas por ano.
É o quarto maior roseiral da Europa. Numa intensa explosão de cores, a Quinta do Arco, na ilha da Madeira, possui uma valiosa coleção de rosas raras e antigas, que atrai mais de 12 mil turistas por ano. O jardim já foi distinguido pela World Federation of Rose Societies.
por Patrícia Maia
Foi no início do século XX que foram plantadas as primeiras rosas na Quinta do Arco quando “o último imperador austro-húngaro, Carlos I, que viveu na Madeira, ofereceu à família um híbrido que ainda hoje existe e floresce”, conta ao Boas Notícias Miguel Caldeira, diretor desta propriedade que também funciona como turismo rural.
O interesse pelas rosas na família da Quinta do Arco foi reforçado pelo avô do autarca Miguel Albuquerque, que era um grande entusiasta da botânica. A paixão passou para as novas gerações e foi já nas mãos de Miguel Albuquerque que nasceu o imenso roseiral que tem vindo a conquistar fama em todo o mundo, merecendo, inclusive, destaque em vários sites como o
Laura Denktashe ou o
Lifecooler internacional.
O quarto maior roseiral da Europa
Com oito mil metros quadrados, o roseiral da Quinta do Arco tem 17 mil roseiras de 1.783 espécies distintas. “É o quarto maior roseiral da Europa e possui uma das coleções de rosas antigas mais importantes do mundo”, salienta com orgulho Miguel Caldeira, acrescentando que a manutenção destas rosas exige “cuidados diários”.
No jardim, é preciso assegurar a adubação e misturar na água os fertilizantes. A rega é feita gota a gota, duas vezes por semana, e também é preciso afastar doenças e parasitas – como a doença das manchas negras ou os aranhiços vermelhos – “já que as rosas são flores muito frágeis”. Por fim, há que assegurar a poda que, durante o período de floração, entre Abril e Dezembro, é feita todas as semanas.
Este cuidado e dedicação, fruto do interesse de Miguel Albuquerque, tem feito o jardim crescer em dimensão e variedade. Em 2003, o autarca decidiu transladar as rosas e criar um novo espaço para estas flores, abrindo também as portas do jardim ao público. Um dos reconhecimentos mais importantes que o roseiral recebeu, desde que se tornou público, foi o prémio “Jardim de Excelência” entregue, em 2011, pela prestigiada World Federation of Rose Societies.
A Quinta do Arco fica na freguesia de São Jorge, concelho de Santana, uma zona no norte da ilha da Madeira que faz parte da reserva da Biosfera da Unesco, e que integra parte da floresta tropical Laurissilva. Esta região, localizada a 140 metros da linha do mar, tem “um microclima favorável, muito ameno” que, na opinião de Miguel Caldeira, “contribui para o sucesso do roseiral”.
Entre as milhares de espécies da Quinta do Arco, estão algumas das rosas mais antigas do mundo, como a famosa rosa da China, a Bourbon e a Damasco – que era muito usada, nos séculos XVIII e XIX, para produção de perfumes.
5 mil experiências para criar novas espécies de rosas
Mas além destas rosas clássicas, Miguel Albuquerque tem apostado na criação de novas espécies a partir de combinações genéticas. “Desde 2006, já foram feitas mais de cinco mil experiências e cerca de 100 rosas estão neste momento plantadas para que se possa confirmar se funcionam ou não”, conta o diretor da propriedade. Entretanto, destas experiências nasceram pelo menos três espécies novas, híbridas, e que já estão classificadas: a rosa Quinta do Arco, a rosa Lagoa e a rosa Martim.
Alguns pés das rosas híbridas da quinta viajaram, no final de 2012, para a Alemanha, onde foram plantados, em estágio, na cidade de Baden-Baden que, em 2014, acolheu mais uma edição daquele que é considerado um dos mais famosos concursos de rosas do mundo e do qual Miguel Albuquerque foi júri, em 2012.
O jardim pode ser visitado entre Abril e Dezembro e recebe, em média, 12 mil visitas por ano. “Muitos dos turistas que aqui vêm têm uma grande paixão pelas rosas. Somos visitados por franceses, belgas, muitos alemães e ingleses. Ficam encantados com a imponência, a explosão de cores e a variedade de rosas”, conclui Miguel Caldeira que desafia, quem visitar o arquipélago, a não perder a oportunidade de visitar este jardim único em Portugal.
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