Ambiente

Reserva natural portuguesa em destaque no New York Times

O jornal norte-americano 'The New York Times' publicou um artigo onde destaca a reserva natural da Faia Brava, em Figueira de Castelo Rodrigo. O jornalista Stanley Reed esteve em Portugal e não ficou indiferente ao projeto de António Monteiro e da mu
Versão para impressão
O jornal norte-americano 'The New York Times' publicou um artigo onde destaca a reserva natural da Faia Brava, em Figueira de Castelo Rodrigo. O jornalista Stanley Reed esteve em Portugal e não ficou indiferente ao projeto de António Monteiro e da mulher, Ana Berliner, que protege as aves de rapina da região do Rio Côa há quase quinze anos.
 
Tudo começou em 1999, quando o casal de biólogos decidiu investir 10.000 euros num terreno de 20 hectares de penhascos rochosos onde estes pássaros faziam o seu ninho. Mais tarde, estenderam a propriedade a um raio de cinco quilómetros ao longo do rio, num total de 800 hectares. 
 
Hoje, o resultado é uma organização de sete pessoas, que para além de Ana e António, contribuem para a preservação das diferentes espécies de aves de rapina que ali habitam. Diariamente, a reserva recebe visitantes que ali vão para observar de perto algumas das aves mais imponentes do território nacional. 

Segundo o autor, ao longo do tempo, o objetivo inicial de proteção da vida selvagem tomou novas proporções, acabando por se revelar um potencial fator de atração de mais pessoas e empregos para uma “região carenciada”.

As “pitorescas aldeias” das imediações, “com as suas casas de pedra e estreitas ruas” já começaram a “perder vida”, mostrando fortes indícios de abandono com a migração dos habitantes e respetivos filhos para fora ou para as grandes cidades, à procura de trabalho. 


São cada vez menos aqueles que tentam viver da cultura de cereais e de plantações de oliveiras. Uns culpam a crise económica, mas António diz que se trata antes de uma crise geracional. Seja o que for, para Stanley Reed, “o casal de biólogos, juntamente com o restante grupo de empreendedores ambientais que forma a Faia Selvagem, está a tirar partido da situação e a tentar dar toda uma nova visão e energia à região do Vale do Côa”. 
 

A maioria são jovens com formação universitária em Lisboa ou no Porto que escolheram aquela zona para fugir à vida urbana das grandes cidades. “Se, para uns, os terrenos montanhosos e quase desertos são um inferno, para outros é um paraíso inigualável”, escreve o jornalista. “Com as suas espetaculares aves, o Vale do Côa guarda um tesouro de pinturas rupestres, castelos medievais e um rio que desagua no Douro, um dos destinos mais procurados pelos apreciadores de vinho”.
 

Para Paule Gros, responsável da Fundação MAVA, com sede na Bélgica e principal investidor da reserva, “esta é uma área onde a conservação de espécies pode ser um motor para o desenvolvimento da economia local”.
 
Atualmente, a Faia Brava já se consegue autossustentar de forma parcial graças às entradas pagas para entrar na reserva. Um fotógrafo, por exemplo, para passar um dia a fotografar, tem de pagar 80 euros, podendo ir mesmo junto dos comedouros, onde são colocadas carcaças de cavalos e burros para os abutres, enquanto aves necrófagas, se alimentarem. São também organizados passeios tipo 'safari' ao longo do dia.


Dado o crescente sucesso da Faia Brava, a equipa já começa a pensar em ideias maiores, nomeadamente um percurso pedestre de 200 quilómetros ao longo do vale, com localizações estratégicas de estabelecimentos 'bed & breakfast'. Fala-se também numa expansão da reserva para uma área com cavalos e gado selvagens e para uma outra onde seriam plantadas hortas biológicas, entre outras ideias empreendedoras que possam servir os visitantes da região. 
 
Para já, a reserva tem vindo a promover 'workshops da Natureza' com vista à atração de mais pessoas para o Vale do Côa. Ainda assim, segundo Ana Berliner, o trabalho mais difícil é mesmo mudar a mentalidade dos habitantes que continuam a acreditar que ficar pela região significa uma condenação à pobreza. 
 
O balanço até agora vem, no entanto, contrariar essa ideia, até porque a experiência tem sido “um sucesso”. As aves continuam presentes e protegidas e a reserva está a crescer. “Estamos satisfeitos com aquilo que ambicionamos. Vai-nos ajudar a criar emprego nesta pobre região do país”. 

Leia AQUI o artigo completo, em inglês.

Notícia sugerida por Maria da Luz

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close