As 12 mulheres que confecionam e vendem os rebuçados da Régua são esta sexta-feira homenageadas pela autarquia local, por preservarem esta doce tradição que leva o nome da cidade duriense a todo o país. A autarquia está também a preparar o registo da
As 12 mulheres que confecionam e vendem os rebuçados da Régua são esta sexta-feira homenageadas pela autarquia local, por preservarem esta doce tradição que leva o nome da cidade duriense a todo o país. A autarquia está também a preparar o registo da marca.A Câmara Municipal de Peso da Régua está a desenvolver o processo de registo da marca “Rebuçados da Régua”. Neste âmbito, e também a propósito das comemorações do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), o município presta hoje homenagem às 12 mulheres que ainda confecionam e vendem os rebuçados. A cerimónia decorre a partir das 15h, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O presidente da Câmara da Régua, Nuno Gonçalves, afirma que os rebuçados são “um produto que faz parte da cidade, das suas tradições e que a identifica”.
“Este ano quisemos homenagear as rebuçadeiras e, através delas, os rebuçados da Régua, que são um produto que queremos valorizar, proteger e divulgar”, salienta o autarca citado pelo portal Café Portugal.
Para que os doces “não sejam roubados” à Régua, a autarquia está a registar a marcar e pretende, depois, até certificar este produto.
Nuno Gonçalves admite que as actuais exigências poderão obrigar a alguma alteração do ponto de vista da produção dos rebuçados, mas espera que o seu sabor original “não seja abalroado pela legislação”.
20 anos a preparar e vender rebuçados
Maria José Leitão, de 63 anos, vende estes doces tradicionais há mais de 20 anos, junto à estação de caminho de ferro e também junto aos barcos, que na época estival levam milhares de turistas ao Douro. As rebuçadeiras vendem os doces em cestos de vime que trazem no braço, com sacos de um euro.
Consta que estes doces começaram por ser vendidos nas festas e romarias mas não se sabe ao certo qual foi a sua origem ou há quanto tempo surgiram os rebuçados. “Isto já é muito antigo”, garantiu Maria José Leitão citada pelo Café Portugal.
Sabe-se que se evidenciaram a partir da década de 30 do século XX e que foi a fonte de rendimento de muitas mulheres nessa época. Hoje em dia, a situação mudou.
“O negócio está muito fraco e depois tem esta coisa que é a crise, depois também não querem engordar, depois são os diabetes, depois é isto e é aquilo, mas não é, é apenas uma desculpa”, salientou a vendedora ao Café Portugal.
Durante o dia, as mulheres percorrem a Régua com os cestos. À noite confeccionam os doces. A receita é simples: basta açúcar, mel, limão e manteiga. Mas o segredo que lhes dá o “verdadeiro sabor” só elas sabem e não partilham com qualquer um.
[Notícia sugerida por Amélia Magalhães]