“Era um projeto a dois e infelizmente o malandro foi-se embora e deixou-me o bebé nos braços”, contou à Lusa Patrícia Vasconcelos a realizadora do documentário. A referência surge porque o documentário foi projetado quando Raul Solnado era ainda vivo, com a sua colaboração.
O documentário “partiu de uma conversa informal, até que um dia ele disse que no ano seguinte ia completar 80 anos e seria interessante fazê-lo”, recordou Patrícia, também amiga do artista.
Inicialmente a ideia era começar a terminar o filme na Sociedade Guilherme Cossoul, onde o ator fez pela primeira vez teatro, com o próprio Raul Solnado a percorrer o trajeto. Com a morte inesperada do ator, a realizadora foi obrigada a mudar algumas ideias e decidiu que seria o artista a fazer a narração do documentário, recorrendo para esse efeito a sons de arquivo, explica a Lusa.
Para realizar o documentário, Patrícia Vasconcelos contou com “a grande ajuda, absolutamente incrível” da família, nomeadamente do filho Zé Renato, assim como de “figuras menos conhecidas do grande público” que conviveram com o ator.
As etapas da vida de Raul Solnado não surgem de forma cronológica, sendo a história do Teatro Villaret um dos pontos mais relevantes, dada a própria importância que o espaço teve na vida do artista. Recorde-se que foi Raul Solnado quem construiu de raiz a prestigiada sala de espetáculos. No filme, a história “é contada por ele próprio, com imagens da inauguração” e o testemunho do jornalista José Mensurado, que o entrevistou nesse dia do ano de 1964.
O documentário é hoje exibido pela primeira vez e marca a estreia da Patrícia Vasconcelos como realizadora.
[Notícia sugerida por Patricia Guedes]