Foi descoberta uma proteína, presente em corais das águas australianas, capaz de impedir que o vírus da sida penetre nas células do sistema imunitário humano.
Foi descoberta uma proteína, presente em corais das águas australianas, capaz de impedir que o vírus da sida penetre nas células do sistema imunitário humano. Pelo nome 'cnidarinas', esta classe de proteínas consegue bloquear a infeção do VIH de uma forma “surpreendentemente potente”.
O anúncio foi feito esta terça-feira, no âmbito da reunião anual de Biologia Experimental, em San Diego, nos EUA, onde Barry O'Keefe, líder da investigação, revelou ter encontrado nas cnidarinas uma forma de bloqueio do vírus VIH “completamente nova”.
Depois de as identificar e purificar, o investigador encontrou nestas proteínas uma capacidade “surpreendentemente potente” para travar a infeção, mesmo com concentração de mil milionésimos de gramas. Segundo o especialista, essas quantidades mínimas são suficientes para impedir que haja transmissão do vírus, ou seja, penetração do VIH nas células do sistema imunitário.
As observações foram feitas em laboratório, com estirpes do vírus da sida artificialmente produzidas para o efeito, sobre as quais foi possível assistir ao efeito das cnidarinas. De acordo com os resultados, estas revelam um mecanismo de ação único, ligando-se ao vírus e impedindo que o mesmo se funda com a membrana das células.
Estas proteínas, no entanto, só existem em corais das águas costeiras do norte australiano, tendo sido identificadas pelos investigadores depois de estes examinarem milhares de extratos naturais no acervo biológico do Instituto Nacional do Cancro norte-americano.