"Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares" é o nome da iniciativa que começou no Porto pela mão de Henrique Trigueiros Cunha e, em menos de um ano, se espalhou pelo país.
“Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares” é o nome da iniciativa que começou no Porto pela mão de Henrique Trigueiros Cunha e, em menos de um ano, se espalhou por todo o país. Hoje são já 63 os bancos portugueses que atuam como intermediários gratuitos de reutilização dos manuais.
por KIMI MAGANLAL
Professor e explicador das disciplinas de Matemática e Geometria, Henrique apercebeu-se de que com a entrada dos alunos nas universidades, os antigos livros escolares eram esquecidos, muitos deles em ótimo estado para uma segunda utilização. Foi a partir daqui que surgiu a ideia de um projeto de reutilização.
Começou pela cidade onde vive, o Porto, com a criação de um banco responsável por receber os manuais e dá-los a quem os fosse procurar por necessidade. Com o sucesso da ação, Henrique decidiu recorrer à rede social Facebook, em Agosto passado, para promover a iniciativa.
Em entrevista ao Boas Notícias, o professor revelou que “a mensagem foi partilhada centenas de vezes e em pouco tempo criaram-se bancos a nível nacional”, sublinhando que esta reação das pessoas foi uma agradável surpresa.
Hoje já existem 63 bancos totalmente gratuitos em todo o país que funcionam dentro de outros organismos como cafés, gabinetes de estética, escolas ou clínicas. “O volume de livros utilizados anualmente, desde o 1º ciclo ao ensino secundário, é equivalente a 40 vezes a altura da ilha do Pico”, explicou Henrique.
Benefícios para o orçamento e o ambiente
A reutilização destes manuais prende-se não só com a questão financeira, mas também com a ambiental, na medida em que racionaliza o uso dos recursos e promove a sustentabilidade.
O processo de reutilização é simples e depende apenas dos cidadãos. Quem estiver disposto a doar os manuais só tem de se deslocar ao banco mais próximo e depositá-los. Por outro lado, aqueles que precisam de recorrer à reutilização e querem dar-lhes uma segunda vida devem ir, também, a um dos bancos verificar se os manuais de que necessitam estão disponíveis.
A adesão tem sido grande e muitos colaboram apenas com o intuito de contribuir para uma iniciativa de cariz sustentável e solidário, sem terem qualquer necessidade. É no ensino secundário, porém, que se verifica uma maior taxa de reutilização, pois mesmo não sendo os manuais em vigor naquele ano letivo, são, muitas vezes, aproveitados para o estudo.
Ainda assim, Henrique revelou que “cerca de metade dos livros não chegam a ser reutilizados em Portugal”. Para estes existem outros destinos felizes: os manuais até ao 6º ano de escolaridade podem ser levados por uma ONG até à Guiné; os outros prosseguem para o Banco Alimentar, para um projeto de reciclagem, continuando a sua viagem sustentável.
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