“Mais de mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável. Três mil pessoas morrem todos os dias pelo consumo de água poluída”. É com estas palavras de alerta que Vincent Callebaut começa o seu comunicado sobre o projeto Physalia. O seu objetivo surge bastante explicito, depois de vários parágrafos que descrevem a situação do consumo de água no nosso planeta e a importância de a manter limpa e em boa qualidade.
Foram estas preocupações que o levaram a conceber o protótipo de um jardim flutuante, que além de ser autossustentável, navega com emissões zero de carbono e consegue limpar a água por onde passa, deixando-a própria para consumo.
O Physalia percorreria vários rios europeus, desde o Danúbio, ao Volga, passando pelo Reno e Guadalquivir. O projeto foi criado mediante duas das maiores preocupações que a Europa tem face às alterações climáticas, que são precisamente a distribuição de água potável e a reavaliação do transporte pelas vias fluviais.
Além de cumprir com estes objetivos, o Physalia pretende também ser um veículo de sensibilização da população sobre este recurso.
Entre as potencialidades deste barco está o facto de ser uma energia positiva, ou seja, produz mais energia do que aquela que consome. Contém uma membrana pneumática com células fotovoltaicas que transformam a energia da água em eletricidade. Mas, o mais importante é a sua rede hidráulica que permite filtrar a água fluvial e purificá-la biologicamente através do jardim existente do teto da estrutura.
O jardim é dividido em quatro partes que correspondem aos quatro elementos da natureza: o Jardim de Água; o Jardim da Terra; o Jardim do Fogo; e o Jardim do Ar. Cada um deles possui características e funções diferentes.
O protótipo ainda não saiu do papel, apesar de ser uma ideia “audaciosa” capaz de juntar as pessoas em torno da importância deste importante recurso natural. No site do arquiteto existem várias imagens do Physalia, que podem ser vistas clicando aqui.