Em São João da Madeira, um novo projeto vai lançar uma coleção de vestuário especial para pessoas com limitações físicas e de mobilidade, por forma a facilitar-lhes o dia-a-dia e a promover a sua auto-estima.
Em São João da Madeira, um novo projeto vai lançar uma coleção de vestuário especial para pessoas com limitações físicas e de mobilidade, por forma a facilitar-lhes o dia-a-dia e a promover a sua auto-estima.
Pelo nome IMOA, a iniciativa vai criar peças “acessíveis” e “funcionais”, cujas alterações a nível de vestuário podem vir a ter “um impacto enorme na qualidade de vida de doentes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Traumatismo Crânio Encefálico (TCE)”.
Foi Célia Monteiro, atual responsável pelo departamento comercial da IMOA quem decidiu intervir e criar uma marca que pudesse ajudar aqueles com mais dificuldades motoras. A decisão surgiu depois de trabalhar numa instituição do Porto, onde se apercebeu dos desafios enfrentados por pessoas com limitações físicas e até mesmo enfermeiros e cuidadores.
Ao procurar por soluções para o problema, descobriu que o mercado não estava preparado para estas exigências. Por isso, ao fim de um ano de testes e investigação, fez nascer a IMOA no passado mês de Fevereiro, com a promessa de uma coleção no prazo de “entre quatro a seis semanas”.
O catálogo terá uma linha de roupa interior e outra desportiva para ambos os sexos, bem como uma linha de pronto-a-vestir feminina. As roupas são desenhadas para que serem funcionais, práticas e com especificidades ao nível dos fechos e caimento, tendo igualmente em conta o design e a atratividade.
“As pessoas que constituem o nosso público-alvo perderam a sua autonomia e querem recomeçar uma vida nova. Por isso, é importante que as peças tenham algum design. Porque o aspeto psicológico, a autoestima, são importantes”, explica Susana Rodrigues, responsável do departamento de criatividade da IMOA, à Lusa.
As roupas vão estar disponíveis para venda numa plataforma online (ainda em construção) e em diferente lojas nacionais. Espanha, Inglaterra e Alemanha são alguns dos países europeus já contactados, estnado já a acrescer contactos com o mercado do Médio Oriente e Ásia.
As responsáveis garantem que os preços das peças serão “acessíveis”, na medida em que estão conscientes de que este público-alvo se depara, normalmente, com muitas despesas com tratamentos. A título de exemplo, umas calças poderão custar 30 euros, enquanto uma camisola entre 20 e 40.
Outro dos projetos de futuro é lançar um concurso a nível nacional de modelos tanto para pessoas com limitações físicas como para pessoas que não apresentem qualquer incapacidade, dos 18 aos 80 anos, para que estas sirvam de rosto ao catálogo da IMOA.
“São tão bonitas como as outras e aquilo que estamos a fazer é a criar laços e levar alegria a pessoas institucionalizadas. A plataforma e a ideia servirão como uma espécie de liga amigos IMOA. É um projeto de amor”, defendem.
A IMOA está a trabalhar com fornecedores nacionais porque a par da convicção de que os têxteis e tecnologias portugueses “são de qualidade”, as responsáveis querem “criar uma rede nacional”, tendo recolhido “muito entusiasmo por parte dos parceiros” que sentem estar a “desbravar terreno no âmbito de uma boa causa”.