por Patrícia Maia
Aliás, bastará uma breve pesquisa no Google para perceber que até a imprensa chinesa já noticiou a chegada do Tinto ao mercado. “É uma loucura, tivemos de contratar mais quatro pessoas para nos ajudar e já estou a racionar as encomendas porque, para este ano, só conseguimos produzir mais 20 mil litros”, explica.
João Guterres, que também é o presidente da Confraria da Lampreia do Rio Minho, conhece as duas margens daquele rio – tanto a espanhola como a portuguesa – como a palma da sua mão. Aí colheu os 14 frutos e bagos que dão sabor a este gin 'premium' destilado de trigo e cevada: a nevêda, a folha de salgueiro, a flor de sabugueiro, as papoilas e as amoras silvestres, entre outros.
Gin dá nova vida a fruto endémico da região
Mas o verdadeiro segredo do gin Tinto está num fruto endémico de uma freguesia de Valença, Fontoura, e que João acarinha há vários anos. “Há registos do escramoeiro, semelhante a uma pequena pêra, desde o século XIX, era um fruto amargo que as pessoas usavam para dividir as propriedades”, conta o produtor ao Boas Notícias.
Legenda: Pericos preservados por João Guterres – este fruto endémico de Fontoura vai ganhar nova vida graças ao gin Tinto
“Entretanto, alguém, não se sabe quem, fez um excerto de uma certa variedade de pêra numa árvore de escramoeiro e surgiu esta variante do fruto a que chamamos 'perico' que ainda conserva o sabor um pouco amargo mas que se tornou mais doce”, revela.
Entretanto, as primeiras cinco mil garrafas já foram distribuídas, com o preço recomendado de 29,80 euros. ?Desta primeira remessa de gin, falta apenas engarrafar 1.600 unidades que vão ser colocadas em garrafas especiais de litro e meio com a forma de um perico?, conta João Guterres.
Em breve chega novo gin com 43 ingredientes lusófonos
O produtor afirma que a reação dos consumidores tem sido surpreendente: “É uma bebida muito jovem que agrada tanto a quem gosta de gin como a quem não gosta”. João Guterres avisa mesmo que este gin, com 40 graus de álcool, é uma boa opção para consumir durante a refeição, como já acontece com outros gins. O produtor dá o exemplo da Tasca Moderna, em Lisboa, onde os pratos são acompanhados por esta bebida destilada.
Aliás, até ao fim do ano a sua empresa pretende apresentar um novo gin, o ALMA, feito com 43 ingredientes de todos os países de língua portuguesa. “De Macau tem as bagas goji, de Timor veio o café”, exemplifica. “Será um gin com o sabor da lusofonia”, remata.
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Notícia sugerida por André Luís e Maria da Luz