Já chegou às 'telas da internet' o primeiro documentário português inteiramente filmado com um telemóvel. Realizado por Inês Leitão, com a colaboração da irmã e de um amigo, "A vida de Rafi" conta a história de uma rapper e artista de rua que vive no
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Já chegou às 'telas da internet' o primeiro documentário português inteiramente filmado com um telemóvel. Realizado pelas irmãs Daniela e Inês Leitão, com a colaboração de um amigo, “A vida de Rafi” conta a história de uma rapper e artista de rua que vive no Porto onde toma conta de 47 gatos.
por Patrícia Maia
Inês Leitão conta ao Boas Notícias que a ideia de filmar este documentário com recurso exclusivo ao telemóvel “surgiu de uma brincadeira…”. “Eu e a minha irmã estávamos a gravar para outro documentário e o Valter Leite (operador de câmara) lançou-me o desafio: encontrar uma boa história para gravar um documentário através de smartphone”, recorda.
Os três membros da equipa acabaram por decidir fazer o documentário sobre a artista portuense porque acharam que “o mundo precisava de conhecer Rafi”, não só pela sua arte enquanto writer (graffiter) e rapper mas, sobretudo, pela sua vida pessoal.
Um estilo próprio e feminino
Inês não esconde a admiração por esta artista portuense que cuida de 47 gatos no terreno da sua casa, na Maia, pela forma “como defende os animais, como acompanhou a doença terminal da mãe (conhecida entre os amigos como Zarda) e, também, pela forma como Rafi faz questão de cuidar do seu lado feminino”.
“Ela faz graffiti de saltos altos e casacos de pele (sintética) e o seu mural mais conhecido é uma boneca com vestidos exuberantes”, salienta a guionista do documentário, sublinhando a arte multifacetada desta artista que, em breve, se vai estrear também na banda desenha com o livro “Uma morte muito doce”.
Inês acrescenta que Rafi – que tem também uma loja, a Dedicated Porto, com roupa e material dedicado à street art – é ainda conhecida pela “música que faz enquanto 'rapper' sendo que o seu tema “Wildstyle” (também conhecido por “Amas-me, amas-me”) está a tornar-se um ícone: é uma música que fala sobre a problemática do graffiti ao mesmo tempo que fala de amor”.
Além de acompanhar o dia-a-dia de Rafi – tanto no seu desempenho como artista de rua, como a rotina da loja e o modo como cuida dos gatos de que toma conta – o documentário inclui também o testemunho do rapper Sam the Kid, que elogia o estilo muito próprio e único da artista.
A senhora do graffiti
O documentário, com duração de 17 minutos e 11 segundos, foi filmado com recurso a um smartphone da Samsung porque a equipa achou que era o “equipamento que podia dar a melhor qualidade de imagem”. Já a edição foi feita com o clássico programa de vídeo AVID.
Inês e Daniela Leitão num dos momentos da filmagem do documentário com um smartphone da Samsung
Além da sua atividade enquanto assessora de comunicação, Inês, uma lisboeta de 31 anos, tem dois livros publicados, já escreveu peças de teatro e foi cronista de rádio, sendo também a autora da instalação artística “O Corpo” que está agora em digressão nacional. Juntamente com a irmã, Inês realizou vários trabalhos na área de documentário dos quais o mais conhecido é “As Mulheres de Deus”, já exibido na RTP2.
Neste momento, as duas irmãs estão a trabalhar em novos documentários que deverão ser divulgados em breve. Por enquanto, vale a pena espreitar “A vida de Rafi”, através da lente de Inês e da sua equipa, e descobrir o talento de alguém que, mesmo rodeada de latas e sprays, nunca deixa de ser uma senhora.
Clique AQUI para visitar o Facebook do documentário “A vida de Rafi”.
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