António Carlos Sechim, um dos membros do júri do Prémio Camões, justifica a distinção do poeta brasileiro à BBC Brasil: “É um caso raro de um poeta que agrada simultaneamente ao grande público e à crítica mais exigente. É um poeta sempre insatisfeito com os rumos de sua própria poesia, e que a todo momento está se reinventando”.
Já a ministra da cultura Gabriela Canavilhas realçou a importância deste prémio para que os portugueses conheçam melhor a obra de Ferreira Gullar: “É o mais prestigiado prémio para a literatura lusófona. Queremos que sejam os cidadãos a reconhecer nos premiados o mérito para ter este prémio. Será uma excelente oportunidade para conhecermos melhor o escritor”, afirmou.
Uma das mais reconhecidas obras do brasileiro é “Poema Sujo”, editado em 1976 quando Ferreira Gullar estava ainda exilado do seu país, tal como aconteceu com grande parte da classe intelectual brasileira na altura, por ordem do Regime Militar então vigente.
Ferreira Gullar é também crítico de arte e tradutor. Já publicou diversos ensaios, memórias, uma biografia e uma peça de teatro.