Perante o desafio que é a demência para um número crescente de famílias, não nos podemos esquecer de que, durante a época natalícia, é importante que a pessoa com a doença de Alzheimer realize atividades, não só porque são uma forma de estimulação cognitiva, mas também de integração social na sua família, amigos e comunidade.
Podem realizar-se as mais variadas atividades, desde que se tenha em conta os gostos da pessoa com demência, os seus hábitos prévios e a sua capacidade e vontade para se integrar em diferentes contextos, como por exemplo, solicitar a sua ajuda para a realização de bolos e das refeições, para as decorações de natal, o embrulho dos presentes e a sua colocação junto à árvore. Claro que uma pessoa com demência que anteriormente não valorizava ou comemorava o Natal, poderá não querer fazer parte destas atividades, mas sentir-se-ão úteis, integradas e decerto felizes.
Com a confusão dos convidados, os preparativos da época, a agitação e a ansiedade das crianças em abrir as prendas, torna-se importante perceber qual é a melhor forma de atuar de ano para ano, uma vez que as demências são doenças evolutivas. Normalmente, a agitação que rodeia a pessoa com demência pode ser causadora de ansiedade, confusão e comportamentos que demonstram maior desorientação. Se for necessário poder-se-á retirar a pessoa por alguns momentos de uma sala cheia de familiares que se encontram a falar, para que fique sujeita a menos estímulos que a estejam a deixar confusa e, assim, fique mais tranquila.
A Alzheimer Portugal é a única organização em Portugal, de âmbito nacional, especificamente constituída com o objetivo de promover a qualidade de vida das pessoas com doença de Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores. Pode consultar o site da associação através do endereço www.alzheimerportugal.org
A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47.5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões. A doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um lugar de destaque, representando cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência (World Health Organization [WHO], 2015).