por Patrícia Maia
O primeiro contacto com o Parlamento Europeu surgiu há dois anos, quando a empresa 20/21 ganhou um primeiro concurso para fazer um levantamento das obras que necessitavam de restauro. “Nessa altura fizémos um levantamento de 600 obras da coleção e determinámos quais seriam as prioritárias para fazer o restauro”, conta ao Boas Notícias Marta Palmeira, que ao lado de Joana Correia, é a sócia-gerente da empresa.
Depois deste levantamento, o Parlamento Europeu lançou, a nível internacional, um novo desafio a empresas da especialidade para apresentarem propostas para avançar com o restauro de 45 obras da coleção. O conhecimento já adquirido pela empresa portuense na altura do levantamento terá sido determinante para que a proposta da 20/21 fosse a vencedora deste novo concurso, no valor de 55 mil euros.
Nos próximos meses, a equipa vai estar de volta destas obras modernas e contemporâneas recuperando quadros e esculturas que apresentam danos como “rasgões, lacunas, deformações e sujidade”. As obras são da autoria de vários autores do espaço europeu, sendo que apenas uma é assinada por um português, o artista Julião Sarmento.
É um trabalho minucioso que só estará concluído em Junho ou Julho, até porque parte das obras serão recuperadas em Bruxelas e no Luxemburgo, uma vez que, “devido à sua dimensão, não puderam ser enviadas para o atelier da empresa”, no Porto.
Novas soluções e reforço de conhecimentos
Em contraciclo com a crise, esta jovem empresa criada há cinco anos na incubadora de Serralves, mantém-se em crescimento. Este ano contataram mais uma pessoa, elevando para cinco o número de trabalhadores. A empresa é especializada na conservação, restauro e inventariação de arte moderna e contemporânea, trabalhando com museus, empresas, seguradoras, colecionadores e museus.
Além destes serviços, Marta Palmeira destaca o sucesso dos workshops e das master classes internacionais que a 20/21 organiza, em média, duas vezes por ano. “Começámos estes encontros sem grandes expectativas, mas acabaram por ser revelar um sucesso”, explica.
“Convidamos sempre grandes referências internacionais que atraem também alunos estrangeiros o que tem reforçado a nossa rede de contactos”. Marta Palmeira considera que estes encontros têm contribuído para o sucesso da empresa uma vez que “reforçam a partilha de conhecimento” numa área que está sempre “à procura de novas soluções”.
Quando ao crescimento desta empresa, onde trabalham cinco especialistas todos eles com menos de 30 anos de idade, passa também, conclui Marta Palmeira, pela “aposta na formação e no reforço de competências” que garantem à equipa uma maior “capacidade para enfrentar desafios e lidar com os materiais mais inesperados que surgem na arte contemporânea”.
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